Rodrigo Coletto trabalha na Agência África Zero, há dois meses. A ideia da equipe  foi tirar as letras CO e o número 2 de uma capa diferenciada do jornal, fazendo referência à retirada do  gás CO2   da atmosfera, por uma empresa petroquímica.    

 Formado em 2012 em Publicidade e Propaganda na Unisanta, Rodrigo Coletto foi um dos redatores de uma campanha da agência África Zero, que tirou as letras C e O e o número 2 dos títulos mostrados em capa diferenciada do jornal Folha de S. Paulo. A retirada foi menção à campanha da empresa Braskem, sobre redução do gás CO2 da atmosfera, feita pela empresa petroquímica.

Um exemplo: o título Metrô decide parar; Justiça veta greve, na hora do rush, ficou assim: Metr   decide parar; Justi a veta greve, na h ra   d “rush”. Rodrigo trabalha há dois meses na África Zero, considerada uma das mais criativas do mundo. Ele explica que a ideia do anúncio surgiu por causa do preconceito que havia contra o cliente, quanto à poluição, “embora essa empresa tenha sido reconhecida internacionalmente como uma das mais inovadoras do mundo pela criação do plástico verde, que é feito com fontes naturais que retiram CO2 da atmosfera.”

“Ao fabricar esse plástico, ela está ajudando o meio ambiente. Então pensamos que tirar o C, o O e o 2 da capa da Folha seria uma boa forma de traduzir essa questão e ainda impactar o público pela estranheza que a capa causa”, conta o publicitário.

A explicação da agência foi mostrada aos leitores com o texto     “Hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Braskem veiculou um anúncio diferenciado na capa da Folha de S.Paulo. Na ação, criada pela Africa Zero, a empresa petroquímica tirou as letras C e O e o número 2 do texto da primeira página do jornal, chamando a atenção para as iniciativas que, durante o ano, contribuem para a redução de emissão de CO2 na atmosfera. Muito bom!”   ‪#azero

Repercussão

A ideia da capa da Folha foi considerada uma das melhores campanhas da semana de 2 a 6 de junho, pelo site AD News. Rodrigo destaca que as disciplinas que teve na época da Faculdade ajudam nas conexões feitas para chegar a um conceito. “Quando precisamos ter tantas ideias num intervalo de tempo relativamente curto, partimos da vivência e das referências que absorvemos durante os anos. As disciplinas entram como parte dessa vivência, ajudando nas conexões que fazemos para se chegar a um conceito”.

Por isso, o publicitário acredita que, apesar de Publicidade ser uma profissão que não precisa de diploma, o curso é importante para abrir e mostrar caminhos. “É no curso que começamos a entender como a profissão funciona e quais áreas podem ser seguidas”, afirma.

Rodrigo conta que ter entrado na Agência Universitária da Unisanta no primeiro ano, com a orientação da professora Renata Alcade e do professor Gabriel Moura, foi importante para que ele pudesse começar a colocar as ideias em prática. “Como profissional de criação, destaco também as aulas do João Batista Cardoso, que despertaram meu interesse para essa área; da Drika Lucena, que mostrou que, para criar no Brasil, precisamos entender muito bem do Brasil; do Marcus Vinicius Batista, que me ajudou a entender como a mensagem é percebida pelo público; e do Paulo Valiengo, que orientou meu TCC e deu toda a liberdade para meu grupo criar e arriscar. Além de outros professores e matérias que não influenciam tão diretamente no dia a dia da área que trabalho hoje, mas que colaboraram para que eu me tornasse um publicitário mais completo”.

Carreira

Os primeiros estágios dele foram em direção de arte, até o final do terceiro ano de faculdade, quando ele percebeu que se interessava mais pelo outro lado da criação. Rodrigo descartou todo o portfólio que tinha montado em três anos e recomeçou do zero para ter trabalhos de redator para mostrar.

A chance de trabalhar na Africa Zero surgiu porque Rodrigo mostrou o seu portfólio em várias agências grandes do mercado e, com os feedbacks que recebia, ele ia melhorando sua pasta. Até que uma hora surgiu uma vaga na empresa e a diretora de criação, Andrea Siqueira, lembrou-se do trabalho do Rodrigo. “Fui para Buenos Aires para passar um ano estudando numa escola de criação publicitária, mas voltei em dois meses e só uma semana e meia depois do curso começar, porque surgiu esta oportunidade na Africa.  Por sorte, a escola estava abrindo uma sede em São Paulo, então pude fazer a transferência para não perder o curso já começado”, conta.

Para o futuro, Rodrigo espera ter trabalhos que concorram em festivais e premiações internacionais. “É isso que persigo e a estrutura da Africa pode abrir essas portas. Mas para um futuro próximo, só quero conseguir colocar uma boa quantidade de bons trabalhos na rua e, nesse processo, fortalecer meu portfólio”, planeja.

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