Entre os editores e diretores das emissoras de televisão da Baixada Santista, o consenso sobre o tipo do jornalista de TV Regional ideal é: ter grandes planos e iniciativa para tal, não pensar a todo instante em empecilhos, ter o pensamento de buscar novas tendências vindas de outros locais e aplicá-las em seu reduto. E, é claro, não se esquecer de conhecer a própria região. O perfil foi traçado em um debate promovido na última terça-feira (23), na Universidade Santa Cecília (Unisanta), durante a Semana Ceciliana de Artes e Comunicação, envolvendo os principais nomes da mídia regional.
Participaram do evento o supervisor do Sistema Santa Cecília de Comunicação, Antônio Marques Fidalgo; o diretor de Jornalismo da TV Record Litoral, Thiago Carvalho; o editor-chefe da TV Tribuna, Eduardo Silva; o chefe de redação da VTV, Eduardo Barazal; e o editor-chefe da TV Brasil, Paulo Schiff. O encontro foi mediado pelos professores da Unisanta André Rittes e Alessandra Pereira.
Para exemplificar a qualidade do trabalho exercido nas tevês regionais, Eduardo Silva exaltou duas coberturas especiais feitas pela Santa Cecília TV, consideradas pelo editor-chefe da TV Tribuna como “marcos no jornalismo regional de TV”: a cobertura da Maratona Aquática e da reinauguração do Teatro Coliseu, ambas em Santos.
Carvalho, que está na região há um ano e meio no comando do Departamento de Jornalismo da TV Record Litoral, acredita que não é necessário ao profissional da Baixada Santista ir para São Paulo para provar ser um grande jornalista. “É possível sim, fazer um jornalismo de qualidade, com ótimos profissionais, aqui na Região. O que é necessário, no entanto, é que nossos olhos estejam cada dia mais abertos a novas experiências. Por isso, digo que o profissional ideal é o cara que ‘sobe a serra’, mas não para ficar por lá, e sim para analisar as tendências e adaptá-las aqui na Baixada Santista”.
O discurso foi apoiado por Fidalgo, que alertou ainda para a necessidade de o profissional de hoje, para isso, ampliar os conhecimentos acerca de seu próprio lugar. “O jornalista precisa saber onde fica cada ponto da Cidade em que vive e trabalha, seja esse ponto conhecido ou não, seja ele produtor, repórter ou cinegrafista. Só tendo essa base o jornalista poderá pensar em ampliar as possibilidades de seu trabalho”.
Barazal reiterou a importância da iniciativa do repórter. “Eu costumo dizer que o profissional não pode ficar aguardando as coisas acontecerem. Se a matéria que lhe foi pautada é ruim, cabe a ele sugerir uma nova, ou, como se diz, ‘virar a pauta’, ou ainda ter o feeling para dar uma visão diferente para sua reportagem. Deve observar o que há ao seu redor, ouvir conversas, se interessar. Se fizer isso, aquele repórter é o que tende a crescer”.
Homenagem – Antes do início do encontro, os ex-alunos Cristiane Amaral, Wellington Souza Silva e Mônica Basile foram homenageados após serem premiados no Curta Santos, na categoria Olhar Caiçara, como melhor curta e melhor roteiro: o curta-metragem Meu Guri, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), produzido no ano passado, sob orientação do professor Eduardo Rajabally.