“Desde sempre me vi fascinada pelo agenciamento, ser o braço direito, a pessoa que toma as decisões junto. Gestão de Carreira!”, assim diz Adriana Pires, jornalista e ex-aluna da Unisanta. Completando 16 anos de carreira como empresária de profissionais do ramo artístico, ela trabalha com celebridades de grande evidência, como o apresentador Marcos Mion, o ator Alexandre Nero, entre outras.
Nascida em Santos, Adriana Dias Pires sempre teve preferência pela área de comunicação. “Sou apaixonada pelo universo da televisão desde criança e achava que meu caminho era esse”, comenta a empresária, que fez um ano de cursinho antes de prestar os vestibulares para o curso de Jornalismo. “Passei em duas universidades, mas escolhi a Unisanta porque havia ali uma proposta menos conservadora, mais contemporânea. Se eu não me engano, minha turma foi a terceira de Jornalismo”.
Sobre seus anos de curso, Adriana afirma: “São muitas lembranças boas”. A ex-aluna conta que sempre preferiu as aulas práticas e, por isso, o quarto ano, com aulas de TV, rádio e com a produção do jornal da faculdade, foi muito especial para ela. Uma lembrança inesquecível para a jornalista foi a produção de uma matéria sobre venda ilegal de ossos nos cemitérios de Santos: “Compramos um crânio facilmente e consegui marcar uma hora com o Secretário de Obras da prefeitura na época. Colocamos o crânio na mesa dele e pedimos que ele abrisse uma investigação. O Professor Fernando de Maria nos orientou. Lembro o quanto ele vibrava com o que estávamos fazendo.”.
Outra lembrança da faculdade que Adriana diz levar para a vida aconteceu no seu terceiro ano de curso: “Meu pai estava com câncer, desenganado pelos médicos. Eu não tinha cabeça para nada e decidi trancar a faculdade. Mas meus professores e colegas de classe (com quem falo até hoje) praticamente me obrigaram a continuar, me dando todo suporte e apoio. Me deixavam assistir às aulas em outras turmas e fazer as provas em outros horários, por conta da rotina de hospital”.
Sobre essa fase difícil, Adriana destaca especialmente todo o suporte que, na época, o diretor da Faculdade de Comunicação e Artes (FaAC/Unisanta), Humberto Challoub, deu para ela: “Nunca vou me esquecer das palavras do Challoub: ‘Nós apostamos em você e temos certeza de que você vai construir uma carreira brilhante. Não podemos te deixar desistir’”, completa a jornalista, que ainda observa: “Me formar sem a presença do meu pai foi muito difícil, mas meus amigos e professores estavam lá”.
Depois de se formar na Unisanta, em 1998, não por acaso com um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre a TV Globo, Adriana Pires não hesitou em ir para a sua área de preferência desde criança, justamente a televisão. “Assim que me formei, um grande amigo, Gustavo Gotfryd, a quem sou muito grata, me apresentou ao Kaká Marques (hoje Diretor Artístico da Redetv), outro santista amado, que me indicou para trabalhar na Band.”, explica Adriana, que trabalhou na produção de TV por alguns anos, também tendo uma passagem pela Rede Record.
Foi Em 2005, com a sua migração da área televisiva para a assessoria de imprensa, que Adriana iniciaria a sua mais longeva parceria profissional com um artista, Marcos Mion. Tudo começou quando ela foi trabalhar na agência de um amigo, Edson Giusti. “Nessa agência havia vários núcleos de atendimento e eu entrei para fazer parte do time artístico. O Giusti era empresário da Angélica, Luiz Fernando Guimarães, Didi Wagner e Marcos Mion. Fiquei três meses no atendimento e logo virei diretora de núcleo”, declarou a ex-aluna da Unisanta.
“Minha conexão com o Mion foi instantânea. Eu era fã dele, assistia à MTV sonhando em trabalhar com ele. Quando entrei na Giusti, perguntei ao meu chefe se poderia enviar um e-mail a ele me apresentando. Ele estava de férias, em Nova Iorque. Enviei ‘Olá Mion, meu nome é Adriana Pires e nunca mais você vai se ver livre de mim. Vou trabalhar com você pra sempre’”, conta Adriana, que ainda brinca: “Rimos desse e-mail até hoje”.
Em determinado momento, a jornalista de formação decidiu migrar da área de assessoria para negócios. Sobre isso ela ressalta: “Começou aí minha carreira de agente artística”.
Já no ano de 2007, outra grande mudança aconteceria na vida profissional de Adriana Pires. Seis meses depois de Marcos Mion sair da Giusti, agência em que ela trabalhava, a ex-aluna tomou a difícil e corajosa decisão de também deixar o cargo e abrir sua própria empresa: “E, claro, Mion veio comigo. Em março essa parceria faz 16 anos”, destacou a santista.
À frente da DNA, nome com que batizou sua agência, em 2008, Adriana Pires já cuidava das carreiras de nomes como: “Fabio Porchat, Bruno Mazzeo, Fernanda Rodrigues, Felipe Neto, entre outras celebridades”. A ex-aluna da Unisanta conta que chegou a gerenciar 12 carreiras simultaneamente. Depois de anos com uma frenética rotina de trabalho na capital paulista, em 2012 Adriana decide se mudar para o Rio de Janeiro e, segundo ela: “Diminuir o casting e o ritmo”.
Desde então em solo carioca, a santista gerencia atualmente as carreiras de Alexandre Nero, Guilherme Winter, Marcos Mion e Veronica Debom. “É meu ofício até hoje, mas me divido entre o agenciamento e a produção de projetos para o audiovisual”, comentou a ex-aluna.
Adriana também falou sobre os grandes desafios da profissão: “O maior desafio é buscar não ficar acima do bem e do mal. Não deixar que minha perspectiva seja a única. Eu e o artista somos uma dupla, que deve decidir junto. Porque meu trabalho é quase de um conselheiro, que tem a missão de antever o que pode dar errado e o que pode dar certo. E não há uma receita, uma cartilha. É uma decisão que pode mudar o futuro de uma carreira. É uma responsabilidade grande ajudar um profissional da arte a trilhar o caminho x ou y”.
A ex-aluna conta que um exercício essencial nesse ramo de gerenciamento de carreiras é tentar “olhar de fora”, ou seja, tentar antever o que terceiros (como público, marcas e imprensa) pensariam nos contextos específicos. “Já vivi situações de extrema pressão, que exigiram que eu aprendesse muito sobre inteligência emocional. A pior decisão é tomada na emoção. Quando o ego toma a frente e decidimos sem pensar. E artistas são sensíveis, profundos, vulneráveis. É fácil agir com a emoção. Eu sou a pessoa que freia exatamente isso”, ressaltou Adriana, que usou o fato da saída recente de Marcos Mion da Rede Record como exemplo: “Eu já tinha um plano A, B e C na minha cabeça há pelo menos um ano antes de acontecer”, concluiu.
Quando questionada sobre os seus objetivos atuais dentro da profissão que exerce, Adriana Pires é categórica na resposta: “Ajudar a construir carreiras de sucesso, com ética e responsabilidade. […] Ver minha contribuição em grandes decisões, que reverberam em grandes resultados e, principalmente, construir parcerias sólidas. Estou com o Mion há 16 anos e com o Nero há 11”, destacou a jornalista, que ainda complementa: “Quando uma carreira cai na minha mão, é como se a minha vida estivesse em jogo. A responsabilidade norteou a minha carreira até aqui”.
Aos universitários de jornalismo, começando a vida profissional no ramo, e pensando em ingressar na área de assessoria, Adriana aconselha: “É preciso continuar aprendendo. A assessoria de imprensa mudou completamente. A tecnologia modificou o mundo e tudo que sabíamos não sabemos mais. A universidade deve ser encarada como uma base para as escolhas futuras, mas assim como um médico, um engenheiro, um ator, é preciso estudar e se reciclar para o resto da vida”, ressaltou.
Por fim, Adriana Dias Pires, jornalista e empresária de profissionais do ramo artístico, deixa um agradecimento especial à sua alma mater, a Universidade Santa Cecília: “Quero agradecer à Unisanta por ter feito parte da minha vida em um momento tão crucial. Nossa relação não foi burocrática, eu nunca fui um número para a universidade. Construímos juntos uma rede de afeto e apoio que modificou a minha vida de fato. Como profissional e como ser humano, devo a vocês o amor que tenho pelo que faço”, conclui a bem-sucedida empresária santista.