Com a proximidade da volta às aulas, a polêmica sobre o peso nas mochilas escolares volta a ser lembrada. Qual o modelo mais adequado? Quanto as crianças podem carregar de peso? Quais problemas de saúde podem ser acarretados com a má utilização do acessório? Esses são os questionamentos mais comuns feitos pelos pais nesta época do ano.
De acordo com o diretor da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Ivan Barreira Cheida Faria, a escoliose e a hipercifose, conhecida popularmente como corcunda, são os principais problemas que podem ser acarretados ou agravados pela má postura e o excesso de peso nas mochilas escolares.
“Mais de 70% da população possui escoliose. O ser humano é assimétrico, com discrepâncias nos membros superiores e desvios na bacia. O excesso de peso pode causar a acentuação das deformações, provocando o achatamento dos discos intervertebrais e o encurtamento da cadeia muscular anterior do tronco”, afirma o diretor.
Segundo Cheida, as mochilas com rodinhas ou com carrinhos podem amenizar os problemas de desvio e de compressão da coluna vertebral. Elas evitam que as crianças utilizem mecanismos traumáticos para se adaptar a dor e compensar o excesso de carga.
O peso do material escolar também deve ser menor do que 10% do peso corporal da criança, podendo variar de acordo com a estrutura física, mas nunca deve chegar aos 10%. “É preciso que haja a fiscalização dos pais para que seus filhos só levem para a escola o material necessário. Medidas como essa podem determinar o futuro dessas crianças, evitando problemas de saúde e a diminuição de sua qualidade de vida”, conclui Cheida.
O diretor lembra ainda que a má postura ao assistir televisão, jogar vídeo games, a prática de exercícios físicos de forma inadequada e outras atividades realizadas incorretamente também podem trazer danos às crianças e aos adultos. Até mesmo a forma de dormir interfere. Em casos de dor ou incomodo, o ideal é procurar um ortopedista que, a partir de um raio X poderá avaliar o grau de desnível da coluna vertebral e um fisioterapeuta que determinará os tratamentos fisioterapêuticos necessários para a prevenção ou correção das deformidades.