Colaborou: Wanda Schumann
Biólogos e profissionais das áreas de Direito, Economia e Jornalismo voltaram com novas ideias para a elaboração de projetos da disciplina de Campo II (ECO13)- Comunidades Vegetais de Mata Atlântica, oferecida no Curso de Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos pela Universidade Santa Cecília (Unisanta).
Para o estudo de Ecologia do Bioma da Mata Atlântica, entre os dias 20 e 24 deste mês, foram selecionados três lugares: o Manguezal em Humaitá, o loteamento Iporanga, em Guarujá e o Parque Estadual da Restinga de Bertioga.
A professora Dra. Mara Magenta, que neste ano participou como colaboradora, explica que, inicialmente, foram apresentadas aos alunos informações sobre os principais biomas terrestres brasileiros e sua fisionomia em termos de vegetação. Em seguida, o curso foi direcionado especificamente para o Bioma da Mata Atlântica, com exposições teórico-práticas sobre as comunidades vegetais de Restingas, Matas de Encosta e Manguezais, com listagem das características das principais famílias vegetais. (O bioma engloba os seres vivos em uma área, o clima, a vegetação e o relevo hidrográfico).
No Iporanga, inserido na área de Proteção Ambiental Municipal – Serra do Guararu, há um loteamento cercado por vegetação nativa, onde a Unisanta desenvolve pesquisas através de parceria com a ONG responsável (SASIP). Os alunos fizeram um perfil para saber como a mata se espaça, onde as plantas ramificam e quais as chances de sobrevivência das espécies. Foram demarcadas várias áreas para estudo e entendimento do significado da diferença de crescimento das plantas e compreensão da fisionomia da Mata de Encosta (Floresta Ombrófila Densa).
No Manguezal, os alunos fizeram uma análise exploratória dos dados das três espécies de mangue da Região Sudeste brasileira: Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana e Lacuncularia racemosa, para identificar qual seria a árvore com maior índice de valor de importância. Numericamente mais importante, de acordo com os resultados dos alunos é a Rhizophora, que está presente em grande parte desse manguezal.
No Parque Estadual da Restinga de Bertioga (fisionomias de restinga), foram feitas trilhas para identificação das diferentes fisionomias desse ambiente e suas espécies, e também abordadas as adaptações das plantas ao estresse.
Durante as saídas de campo, foram realizados, em algumas áreas, estudos práticos de coleta de serrapilheira, para posteriores estudos de massa úmida e seca, além da marcação de parcelas, visando preparar os alunos para futuros trabalhos de fitossociologia. Foram avaliadas as relações entre a vegetação e os fatores abióticos (sem vida) e edáficos (pertencente ou referente ao solo), estrutura, distribuição e padrões de dispersão das espécies e também apontadas as interações entre as espécies e as relações inseto-planta.
O professor doutor Fábio Giordano reforça que uma das tônicas do curso de campo é realmente estimular a divulgação de novos artigos científicos e enxerga como fato positivo a participação dos alunos. Ele explica que essa busca é o que diferencia o mestre em Ecologia e que o rigor científico faz toda a diferença. Dentro desse escopo, além de aprimorar cada vez mais o conhecimento, o aluno descobre novos dados no campo que podem gerar outros experimentos, explica o professor.
Para os mestrandos, a experiência foi produtiva e enriquecedora. Eles elogiaram a dedicação dos professores que trabalharam com critério e muitos já fazem planos para os próximos trabalhos de produção, desta vez na Ilha Comprida.