A Universidade Santa Cecília foi destaque em matéria publicada no dia 4 de setembro pela Agência Fapesp, que abordou a preocupante contaminação da Baía de Santos, em São Paulo, por cocaína.
A pesquisa, liderada pelo professor Camilo Dias Seabra, bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Cecília (Unisanta), revelou que a Baía de Santos está sendo afetada por um contaminante emergente: a cocaína. Este estudo, em colaboração com a Unisanta, identificou a presença da droga não apenas na água, mas também em sedimentos e organismos marinhos em toda a região do litoral paulista.
Confira abaixo a matéria na íntegra.
Cientistas coletam amostras de sedimento na Baía de Santos para monitorar contaminação por cocaína.
Droga se tornou um contaminante emergente na região e já afeta organismos marinhos, como ostras e mexilhões. Em vídeo, pesquisadores explicam como é obtido material para os estudos geoquímicos.
Além de poluentes oriundos das atividades portuária, industrial e do esgoto doméstico, a Baía de Santos tem sido afetada por um contaminante emergente que hoje está presente não só na água, mas também em sedimentos e organismos marinhos: a cocaína.
Neste vídeo produzido pela Agência Fapesp, o problema é relatado pelo biólogo Camilo Dias Seabra, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
No âmbito de um projeto apoiado pela Fapesp, o grupo de Seabra e colegas da Universidade Santa Cecília (Unisanta) identificaram pela primeira vez, em 2017, o acúmulo de cocaína e outras substâncias derivadas de remédios em água superficial na Baía de Santos e efeitos biológicos em concentrações ambientalmente.
Os pesquisadores encontraram, em amostras de água coletadas na região, ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco, entre outros medicamentos, além de cocaína em concentração equivalente à da cafeína – um indicador tradicional de contaminação, pois, além de ser consumida por meio de bebidas como café, chá e refrigerantes, está presente em vários medicamentos.
Essas descobertas se baseiam em estudos geoquímicos feitos em testemunhos de sedimento estuarino. No vídeo, é possível acompanhar como é feita a coleta dessas amostras e de animais na região do emissário submarino da Baía de Santos. De acordo com Seabra, a partir desses estudos, foi possível estimar que a cocaína passou a se acumular no estuário de Santos a partir da década de 1930, mas as concentrações da droga na região saltaram nas últimas décadas.
Algumas das explicações para esse aumento é que a região é uma das principais rotas de tráfico da droga da América do Sul para a Europa. Além disso, a região, a exemplo de outras no país e no mundo, enfrenta o problema do aumento de usuários de drogas ilícitas, como a própria cocaína e o crack.
No mês de abril, os principais veículos de imprensa já haviam destacado a pesquisa. Confira: https://noticias.unisanta.br/unisanta-na-midia/pesquisa-da-unisanta-sobre-contaminacao-por-cocaina-na-baia-de-santos-e-destaque-na-folha-de-sao-paulo-e-estadao