O Jornal A Tribuna publicou, no último domingo (4), o especial AT Ciência que traz alguns trabalhos científicos realizados na Baixada Santista, com destaque para três pesquisas de professores / pesquisadores de Universidade Santa Cecília (Unisanta). A primeira citação vem na matéria “Para além da lógica”, na página 18 e 19.

No Laboratório de Lógica Paraconsistente Aplicada da Unisanta, os pesquisadores João Inácio da Silva Filho e Dorotéa Vilanova Garcia desenvolveram, nos últimos três anos, uma linguagem nova para computadores, que é capaz de analisar dados e auxiliar médicos em exames como o da descoberta do câncer de pele. Isso faz com que os resultados fiquem mais precisos e rápidos do que os exames convencionais.

Segundo Dorotéa, uma das vantagens é o tempo de processamento e a precisão. “Atualmente, quando a análise de um exame é feita com base em estatísticas, a resposta demora mais ou menos três horas. Mas, quando os dados são processados com a Lógica Paraconsistente, o resultado sai em menos de um minuto”, conta ela.

Para João Inácio da Silva Filho, as pesquisas levarão a sociedade a entrar no estágio da Inteligência Artificial. “O paciente vai entrar no consultório, e o médico já terá todos os padrões da Lógica Paraconsistente no computador. Os sinais do paciente serão analisados pelos algoritmos e já aparecerá na tela do médico o diagnóstico”, explica João.

Outro trabalho divulgado foi o estudo de Maria Valéria de Souza Barbosa, do mestrado em Ecologia da Unisanta, que monitorou ouriços de uma determinada área para verificar se está contaminada ou não. Com isso, o animal é considerado um bioindicador de qualidade ambiental de uma determinada região.

Microplásticos

Os microplásticos são pequenos pedaços de plásticos, com menos de cinco milímetros de comprimento, que poluem o meio ambiente. Caio Nobre, biólogo da Unisanta, verificou em 2012 que microcrustáceos cultivados em laboratório e expostos à presença de resíduos plásticos tiveram uma queda de 25% na taxa de reprodução. Seu trabalho é citado na matéria “Sinal de alerta”, nas páginas 34 e 35.

Segundo a o texto, ao analisar os fragmentos, Caio encontrou substâncias à base de bromo, utilizado em colchões, travesseiros, retardadores de fogo em fios, chips de computador, televisores, entre outros. A presença de agentes bactericidas também foi notada, como é o caso do triclosan, presente em produtos de higiene pessoal, e também do hormônio feminino 17 alfa-etinilestradiol, utilizado em anticoncepcionais. Atualmente ostras e caranguejos estão sendo utilizados nos testes. Peixes como o robalo serão usados até o fim do ano.

De acordo com Caio Nobre, o resultado mais relevante, encontrado na pesquisa que vai até 2021, é uma alteração no sistema de defesa celular da ostra e do caranguejo.