Como parte das comemorações de seu primeiro ano de existência e do Jubileu de Diamante (60 anos) do Complexo Educacional Santa Cecília, o Núcleo Universitário de Práticas Restaurativas (Nupre) “Professora Nilza Pirilo Teixeira” inaugurará, às 10h da quinta-feira, 30 de setembro, seu espaço físico de atividades no campus da Unisanta, na sala 216 do bloco M, Rua Oswaldo Cruz, nº. 277.

Instituído simbolicamente no dia 30 de setembro de 2020, o Nupre tem o intuito de apoiar e desenvolver a Cultura de Paz, por meio da Justiça Restaurativa, agindo de acordo com as Resoluções 2002/12 da ONU e 225/2016 do CNJ. O núcleo leva o nome da fundadora do Complexo Educacional Santa Cecília, em reconhecimento à sua trajetória e ao universo acadêmico, que busca a humanização, a sensibilização e melhores formas de convivência pessoal.

“Será implementado o quarto núcleo de Justiça Restaurativa em nosso município, conforme consta no decreto municipal nº. 7.932/17, sendo o pioneiro do estado de São Paulo pela universidade. Já existem núcleos no executivo (Secretaria de Educação), legislativo (Escola do Legislativo e da Cidadania) e no judiciário (JECRIM-Juizado Especial Criminal) que visam realizar ações voltadas à construção permanente e sistemática da Justiça Restaurativa entre estudantes, professores, família e a comunidade”, ressaltou a coordenadora do curso de pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta, bem como do Núcleo de Educação para Paz (NEP) na Secretaria de Educação de Santos, Profa. Mestra Liliane Rezende.

“Vai ser um espaço destinado à comunidade escolar interna e externa com a vivência do Processo Circular, que está a serviço da comunidade. O Nupre faz parte da extensão universitária, buscando o aprimoramento das relações humanas”, destacou a Profa. Dra. Selma Lara que, juntamente com a Profa. Mestra Liliane Rezende, coordena o Nupre e o curso de pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta.

Segundo Kay Pranis, uma das autoras da base bibliográfica do curso: “O Processo do Círculo (ou Circular) é um processo que se realiza através do contar histórias. Cada pessoa tem uma história e cada história oferece uma lição. No círculo, as pessoas se aproximam das vidas umas das outras através da partilha de histórias significativas para elas (…)”.

As coordenadoras do Nupre, porém, destacaram que o núcleo não é focado apenas na prática dos Processos Circulares, sendo que a sala será utilizada para várias outras abordagens acadêmicas. “Existem outras possibilidades na metodologia da Justiça Restaurativa de convivência, entre elas, a Comunicação Não Violenta”.

O atendimento na sala do Nupre contemplará a comunidade interna e externa da Universidade, com a participação de alunos, professores e funcionários, além de possibilitar a prática da metodologia científica através do desenvolvimento de Trabalhos de Conclusão de Curso, construção de artigos, relatórios e outras formas de participação.

Na sexta-feira, 24 de setembro, o espaço físico do Nupre foi montado com a ajuda de sete alunas da pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta. Entre elas estavam as estudantes Patrícia Jimenez Pereira e Fabiolla Barletta, que são duas das 27 alunas que realizaram Processos Circulares com alunos de 8º. ano do Ensino Fundamental II de 36 escolas de Santos, inscritos no Concurso Artístico de Cartazes do artista Peruano Ivan Ciro Palomino. Essa ação foi para nortear e inspirar os jovens estudantes na confecção das obras para o concurso pela Cultura de Paz.

Ivan Palomino realizará a exposição Consciência: Girando pela Paz, de 01 de outubro a 07 de novembro, na Pinacoteca Benedicto Calixto, onde, além da mostra de suas obras, serão apresentados os cartazes vencedores do concurso. Tal evento também integra as comemorações do Jubileu de Diamante da Unisanta e a celebração do 1º ano de existência do Nupre.

As alunas da pós-graduação Patrícia e Fabiolla relataram suas experiências realizando Processos Circulares em escolas santistas, por meio da metodologia da Justiça Restaurativa que será amplamente aplicada e desenvolvida no novo espaço físico do Nupre.

“Participar do círculo foi uma experiência inspiradora que me motivou a trilhar o caminho de ser um agente de construção da paz. Foi estimulante e enriquecedora a troca com os adolescentes e professores, onde recebemos mais do que doamos como facilitadores”, destacou Patrícia Jimenez, que também agradeceu a oportunidade, concedida pela coordenação da pós-graduação em Justiça Restaurativa.

Sobre os Processos Circulares, Patrícia destacou: “tal prática fortalece as atividades que serão desenvolvidas no Nupre, podendo estender os círculos para atender às demandas da comunidade universitária e escolar da Unisanta”.

Fabiolla Barletta também falou positivamente sobre os Processos Circulares que realizou em agosto deste ano, nas escolas. De acordo com a aluna: “A metodologia (dos Processos Circulares) contribui para a transformação de atitudes e ações em direção a uma cultura de autorresponsabilidade e não violência”.

Fabiolla ainda destacou a importância da instalação do novo espaço físico do Nupre que, segundo ela, é: “Um espaço integrativo de diálogo permanente entre alunos, corpo docente, comunidade e redes de garantia de direitos, para a sensibilização da Cultura de Paz e práticas restaurativas, em uma construção coletiva de se repensar novas formas de convivência, que contribuam para a prevenção das violências e resolução de conflitos”.

O espaço físico do Núcleo Universitário de Práticas Restaurativas (Nupre) “Professora Nilza Pirilo Teixeira” é lançado em um momento mais propício do que a época de instituição simbólica do núcleo, em setembro do ano passado. Atualmente, a vacinação contra a Covid-19 já se encontra em estágio avançado na região, que tem se deparado com uma diminuição expressiva de internações e mortes pelo novo coronavírus. Essa situação também foi levada em conta para a inauguração da sala M-216.