O engenheiro Eduardo Lustoza, que também é diretor de Portos da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, teve seu trabalho de dissertação de mestrado em Engenharia Mecânica selecionado para apresentação no Congresso Técnico Científico da Engenharia e Agronomia (Contecc), que será realizado em Palmas, no Tocantins, entre 17 e 19 de setembro, durante a 76ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea).  O projeto é um dos vinte e quatro selecionados entre milhares.

Em sua dissertação, Eduardo Lustosa destacou as vantagens de se utilizar o sistema de transporte pneumático de grãos a granel, ou seja, de transportá-los através de uma corrente de ar em alta velocidade dentro de um sistema de tubulação, “mantendo a integridade comercial e características do produto”.   O nome da pesquisa é “Projeto básico de transporte pneumático de soja do planalto paulista até o porto de Santos”

No laboratório

Para a comprovação de segurança durante a movimentação, uma unidade piloto do sistema de transporte de soja foi simulada no Laboratório de Operações Unitárias, da Engenharia Química na instituição.

Segundo o trabalho, a cada safra escoam-se mais de 25 milhões de toneladas de soja e granéis no Porto de Santos. Além disso, cerca de 2,6 milhões de viagens feitas por caminhões ao ano ficam congestionadas em rodovias e 387 mil vagões são subutilizados nas ferrovias. “Há potencial de ampliação dessa produção, com grandes investimentos em andamento para suprir a deficiência da infraestrutura viária”.

As condições geográficas de acesso são outro fator que possibilita a implementação do sistema de transportes pneumáticos. “Principalmente no desnível de cerca de 800m na encosta do divisor de águas no planalto paulista e a Baixada Santista, etapa final de aproximação ao porto”. Esse local, segundo o entrevistado, exige atenção e cuidados dos que por ali transitam.  Com o transporte por tubulações, haveria um aproveitamento do potencial energético gravitacional pelo auxílio de rampa.

O sistema – explicou Lustoza – “contribui para que o escoamento de soja seja feito ‘com eficiência, segurança e sustentabilidade ambiental, permitindo a racionalização na intermodalidade do fluxo rodoferroviário aos portos’.  Com a tecnologia pesquisada no Laboratório de Operações Unitárias, o transporte sugerido é na modalidade dutoviária – feito por meio de dutos, de canais, tubulações ou condutos.

Ficaram responsáveis pela orientação do projeto a professora e doutora Marlene Silva de Moraes, o professor e doutor Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, o prof. dr. Deovaldo de Moraes Junior e o prof. dr. Yvan Jesus Olortiga Asencios, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).