Essa metodologia durante o processo, chamada de comissionamento, é necessária durante a construção de grandes empreendimentos industriais, como plataformas de petróleo, unidades de petroquímicas e de siderúrgicas, que demoram de três a cinco anos para ficarem prontas.  A dissertação foi  apresentada dia 14/12, às 21 horas.

A Engenharia de Manutenção deve atuar durante a construção de empreendimentos industriais, com o objetivo de desenvolver projetos que visem confiabilidade, facilidade de manutenção (Manutenabilidade), economia e segurança.

A explicação é de Jaime B. Milheiro, engenheiro com experiência de 28 anos na área de manutenção, que apresentou, dia 14/12, sua dissertação de mestrado em Engenharia Mecânica, com estudo de caso.  A defesa ocorreu a partir das  21 horas, no Consistório da Chancelaria da Universidade Santa Cecília (Unisanta), localizado na Rua Soares de Camargo, 18.

Esse processo desenvolvido durante a construção de uma unidade industrial é chamado de “comissionamento”. A definição técnica é a seguinte: “Comissionamento é o processo de assegurar que os sistemas e componentes de uma unidade industrial estejam projetados, instalados, testados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário”.

Participaram da banca a professoa Karina Tamião de Campos Roseno (presidente) e os professores doutores Aldo Ramos Santos (orientador)  Luiz Antonio Bereta e Marcos Tadeu Tavares Pacheco, coordenador dos Mestrados da Unisanta.

Estudo de caso

Milheiro comparou o  desempenho de um empreendimento de uma empresa sem comissionamento e de outra com o comissionamento. Daí o título da dissertação de Mestrado: Análise da Atuação de Engenharia de Manutenção durante as Atividades de Comissionamento : Estudo de caso.

Conforme a pesquisa de Milheiro, a empresa que desenvolveu esse comissionamento durante o processo industrial teve um bom desempenho, com minimização de perdas e de “retrabalho”.  Já na outra, sem os cuidados durante o processo, houve prejuízos com a quebra ou mau funcionamento de equipamentos. Foi necessário recuperá-los, a um custo alto.

O comissionamento é feito na indústria naval desde a década de 90, pois  o setor enfrentou,  no início, muitos prejuízos, ao receber navios com problemas  operacionais. Mais recentemente, outros setores industriais adotaram o processo de gerenciar cuidadosamente todas as etapas de produção dos equipamentos. Entre os objetivos estão evitar as paradas por perdas e minimizar os futuros custos de manutenção. Assim, “a metodologia aplicada ao comissionamento é um dos principais avanços na área de engenharia de projetos”.

Milheiro procurou o Mestrado em Engenharia Mecânica da  Unisanta pois já havia detectado a necessidade de comissionamento em todas as indústrias de equipamentos, nos processos de produção.

Após  uma ampla revisão bibliográfica, o mestrando analisou a importância da atuação da engenharia de manutenção durante as atividades de comissionamento, para que a partida e a transferência de sistemas do empreendimento chegassem ao usuário final em condições plenas de operação e segurança.

Elogios ao Mestrado

Jaime B. Milheiro chegou ao Mestrado da Universidade Santa Cecília com  uma proposta bem clara do que pretendia estudar, o que é uma característica do Mestrado Profissionalizante da Unisanta: orientar no desenvolvimento de soluções tecnológicas práticas para as indústrias, adequando-as às linhas de pesquisa oferecidas pelo programa do curso de pós-graduação  stricto sensu.

A expectativa de Milheiro foi atendida. Elogia a experiência dos professores doutores e o diferencial do Mestrado da Unisanta, de oferecer o curso nas noites de sexta-feira e aos sábados. Sem essa possibilidade, os profissionais não poderiam fazer o Mestrado, pois praticamente todos estão empregados e não podem se  ausentar do trabalho nos outros dias da semana.

“A Unisanta mudou minha vida”, diz.  “Pude inicialmente me formar engenheiro mecânico, em 1986,  no curso noturno oferecido pela Universidade.  Eu me formei com apenas 23 anos. Quando recebi meu diploma,  já estava empregado”.

Uma dinâmica atividade profissional durante os anos que se seguiram impediram-lhe  de fazer o Mestrado até 2011, quando se matriculou na Unisanta. Jaime B. Milheiro nunca deixou de estudar. Fez lato sensu em Administração de Empresas, diversos cursos de especialização, inclusive no Japão, mas precisou adiar o sonho do stricto sensu até o ano passado. Concluído o Mestrado, ele pensa no doutorado, para  aperfeiçoar ainda mais seu conhecimento.