“Um técnico rigoroso como um pai, que acompanhava até a vida escolar das atletas, um grande amigo”. Assim, com muita emoção, elogios e tristeza, atletas do basquete que trabalharam com Mono lembravam, no velório realizado no Memorial, as qualidades de Milton José Ribeiro.
“Ele era muito rígido, mas só chamava a atenção e exigia muito de quem era importante para ele. Mono ajudou nossos pais a nos educar”, afirmou Alessandra Hourneaux, árbitra e técnica de basquete.
“Mono foi aluno de meu pai, o professor Guaraná. Ele me viu jogar um dia pelo EC. Beira-Mar e me convidou para a equipe do Santa”, contou Alexandra. Quem não era aluna do Santa Cecília tinha que levar o boletim para ele ver. Porque os nossos ele devia ver no Colégio. Ninguém da geração do basquete perdeu o contato com ele. Levamos até hoje seus conselhos para nossa vida”, completou Alessandra.
Seguem outros depoimentos de jogadoras:
“Ele era rigoroso em tudo, uma liderança, um educador. Ele nos protegia. Vigiava nossa alimentação, não queria que comêssemos churros nem a chamada super coxinha que vendiam em frente da escola. Tínhamos que comprar escondido. Acompanhava nossos relacionamentos e nossos namoros. Nós não tínhamos medo dele, mas sim, respeito”. Roberta Cardoso, armadora, que jogava no time com o apelido de Batata.
“Entendia nossas crises de adolescência, acompanhava tudo. Quando viajávamos, era nosso pai. E como todo pai, nem tudo eram flores. Era muito exigente. Dizia que eu corria como pata e me deu esse apelido. Foi técnico da seleção de basquete do Santa no período de 1988 a 1997. Também dirigia a seleção da Baixada Santista. Nós, da equipe, nos reuníamos sempre com ele, uma vez por ano, em dezembro ou janeiro. Vanessa Gomes dos Santos José (Pata).
Referência no esporte
“Mono era uma referência no esporte, como técnico, atleta e dirigente. Foi representante no Conselho Municipal de Esportes (Conesp). Entre os esportistas de sua idade que eu conhecia, era o único que estava em atividade. Estourado, temperamental, mas com um coração do tamanho dele. Costumava trazer lanches de casa para a equipe. Há dois meses perdeu sua irmã e, desde então, estava mais fechado, quieto. Trabalhou normalmente nos últimos Jogos Unisanta e, na semana seguinte, foi internado. “ José Luiz Oca, coordenador de Esportes do Colégio Santa Cecília
“E lá se foram 39 anos de convívio com meu amigo Mono. Humildade, simplicidade, empatia e um grande coração. Hoje a bola não quica , a bola não encesta, não tem jogo, é momento de passagem para outra esfera. Vá em paz, meu amigo pois sua missão foi cumprida. Saudades desde já”. Paulo Bartholo, técnico da equipe de karate Resistência/Fupes/Home Life/Unisanta
Apoio aos jovens
“Minha filha faz judô desde os três anos de idade e sempre participando de campeonatos, e eu e meu esposo correndo por todos os lados com ela. No ano retrasado, a Kaillany Valentim havia sido campeã pan-americana, e o colégio onde ela estudava em São Vicente retirou a bolsa de todos os atletas da escola, por motivo financeiro”.
“Eu fui de escola em escola com o currículo dela, com os títulos dos campeonatos brasileiro e paulistas. E todos diziam não. Daí eu fui na recepção do Santa Cecilia e uma senhora pediu para que eu procurasse o Mono. Aguardamos sua volta do horário de almoço. Não o conhecíamos. Quando ele chegou, pediu para que entrássemos em sua sala, me apresentei e ele pediu para que contássemos nossa história. E foi isso, daquele dia em diante ele não deixou de cuidar de nós.
“Por toda a minha vida, não terei como agradecer para Deus o anjo que ele nos enviou. Pois ele foi um anjo que Deus colocou em nossas vidas. Eu, meu esposo e minha filha fomos muito bem cuidados por ele. Monica, “mãe da judoca Kaillany Valentim.
“Mono tinha fama de durão, mas eu adorava conversar com ele, como representante da Atlética de Engenharia e depois (que saiu desse cargo). Ele era carismático. Eu chegava às 15 horas e ficava até às 19 horas no DEFE. Fui apresentado a ele pelo meu tio, Abel João da Cunha”. Luccas Santos, estudante, jogador de futsal”.