A idéia inicial veio com o incentivo do professor de Biologia de Peixes da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Dr. Luís Alberto Zavala Camin. Dez anos depois, esse trabalho, iniciado pelo então aluno e hojepesquisador da Faculdade de Ciências Biológicas da instituição, Matheus Rotundo é referência nacional na pesquisa de peixes. Trata-se da Coleção Científica Regional de Peixes da Região da Costa da Mata Atlântica.

Considerada atualmente a segunda maior coleção particular do País é uma das mais organizadas da América do Sul. Desde 23 deoutubro de 2003, é parte do então criado Acervo Zoológico da Unisanta, conforme lembra Rotundo, curador do local. O Acervo ainda é composto por coleções de aves marinhas, crânios de vertebrados, insetos, mamíferos marinhos, quelônios, conchas e, mais recentemente, crustáceos.

Ao longo dos anos, duas conquistas em especial marcaram a história da Coleção. A primeira foi a inclusão da coleçãono Sistema Brasileiro de Informações sobre a Biodiversidade de Peixes (SIBIP). Nele, são catalogadas todas as espécies reconhecidas e tombadas pelas instituições participantes e, para participar, é necessário que se sigam certas regras e padrões.

No ano seguinte, foi a vez da Coleção da Unisanta ser admitida no Banco de Dados Interinstitucionais de Biodiversidade de Peixes da Região Neotropical (Neodat III), sistema esse de nível mundial, envolvendo institutos selecionados na Europa e nas Américas. O funcionamento é semelhante ao SIBIP, com o diferencial de se tratar de um sistema de nível internacional.

Segundo Rotundo, essas conquistas são significativas. “Além de permitir a troca deinformaçõescom pesquisadores, do Brasil e de todo o mundo, a participação nesses sistemas vem como um grande reconhecimento, principalmente quando lembramos que se trata de uma coleção de uma universidade particular”.

História – O início dos trabalhos foi voltado especialmente para pesquisas, mas aos poucos foi desenvolvido um setor didático para exposição, voltado inclusive a curiosos pela fauna marinha. Ao todo, a Coleção de Peixes conta com 2.929 lotes com 11.504 exemplares. “Foram mais de5 mil visitas ao Acervo Zoológico desde 2003, sempre com destaque na procura pelos peixes. São pessoas que vêm de Uruguai, Argentina, Chile, Peru, México, Estados Unidos, Canadá, Itália, Portugal, Espanha e França”, conta.

Para a composição de todo o material da Coleção, há o Projeto Pró-Pesca = Pescando o Conhecimento, que une pesquisadores e pescadores para a realização de constantes trocas de informações sobreo meio marinho. Há também a promoção de coletas freqüentes em águas litorâneas, sob o comando de Marcelo Croce, profissional experiente, “vindo de berço de pescadores”, como recorda o curador do Acervo e da Coleção de Peixes.

Também faz parte do grupo Valdir Bibiano, responsável pelo setor de informatização. Ao lado de Rotundo, Bibiano desenvolveu o Programa Integrado de Segurança para Coleções Ictiológicas (Piscis), software para controle dos exemplares catalogados na coleção. Outro membro é Alexandre Machado, taxidermista da coleção didática, voltada à exposição.

Visitas – A Coleção de Peixes pode ser conferida no Acervo Zoológico, situado no 3º andar do Bloco B da Unisanta. As visitas monitoradas ocorrem das 8 às 12 e das 14 às 17h30, devendo ser marcadas pelo telefone 3202-7100, ramal 215, com Matheus ou Valdir. Outra possibilidade é o agendamento por e-mail, através do acervo_zoologico@unisanta.br.

Foto: Gisele Marin