Dos mais de 80 projetos, três foram consagrados os melhores e garantiram vaga na final.

Na última sexta-feira, 27 de junho, foi realizada a 2ª edição do Torneio de Jogos dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) e Sistemas de Informação (S.I.) da Universidade Santa Cecília – Unisanta. Sob a orientação do Prof. Luis Fernando Bueno Mauá e do Prof. Cláudio Ferreira de Carvalho, os estudantes apresentaram, na disciplina de Desenvolvimento de Jogos, projetos produzidos ao longo de dois meses, todos com temática ligada à Baixada Santista.

Com uma limitação técnica de até 40 quadros em softwares gratuitos, os alunos foram desafiados a criar jogos que explorassem pontos turísticos e históricos da região. O Prof. Cláudio Ferreira explicou que o objetivo da atividade foi “desenvolver um jogo cujo tema estivesse ligado a pontos turísticos ou históricos. Então, o desafio foi utilizar os conhecimentos que fornecíamos no sistema para fazer o jogo, mas que tivesse como foco mostrar alguma coisa”.

Ele destacou ainda que, apesar de serem alunos do primeiro ano, o empenho foi grande e as produções surpreenderam: “Este tipo de projeto dá ao aluno uma maturidade para entrar na área, ser um profissional. A área de desenvolvimento de jogos tem um potencial muito grande, e de repente alguns deles vão ser futuros profissionais na área de desenvolvimento de jogos”, frisa o docente.

Dos mais de 80 projetos inscritos, 25 chegaram à fase semifinal e apenas três foram selecionados para a grande final, em uma votação conduzida por uma banca composta por Claudio e Luis, além dos professores Antonio Carlos Marques do Amaral Guerra, coordenador dos cursos, e Alexandre Sobrino Gananca.

O docente Mauá, responsável pela disciplina de Desenvolvimento de Jogos e também de Qualidade de Software, enfatizou que essa prática representa um avanço em relação ao formato antigo, que era apenas teórico. “Eles faziam uma prova teórica. E aí nós conversamos com o coordenador do curso para justamente trazer isso para a prática. Então, o que é a prova deles? Desenvolver um jogo na prática”, afirma ele, ressaltando que a atividade foi um estímulo para os alunos.

O docente ainda explica: “Toda vez que você fala tem um campeonato, eles ficam muito estimulados. Eles foram pesquisar realmente a história da cidade. Então, tivemos a história de Praia Grande, da emancipação, tivemos um pouquinho sobre Santos, aspectos culturais muito interessantes, e eles tiveram que trazer isso através de um jogo”.

Entre os jogos finalistas, estavam projetos que mesclavam história, cultura e elementos da região. Um deles recriou momentos históricos da cidade até um futuro distópico; outro grupo, que apresentou dois jogos, trouxe a figura do cantor Chorão passeando pela orla e um desafio ambientado na subida do Monte Serrat, onde um personagem enfrentava um pirata. O terceiro projeto contou a trajetória de uma personagem entre os anos 2000 e 2023.

Washington Junior, aluno de S.I. e representante do grupo vencedor, com o jogo ‘Passeio’, compartilhou sua experiência: “Produzindo o jogo, eu pude descobrir muitas coisas que não conhecia, porque sou de Cubatão. Foi uma descoberta gigante saber que o Monte Serrat era usado como refúgio contra invasões de piratas”.

Ele explicou ainda que a equipe usou a ferramenta Construct para desenvolver dois jogos, uma iniciativa que partiu do próprio grupo: “Foi um desafio que colocamos para nós mesmos, a gente teve essa curiosidade de aprender a desenvolver esses jogos, foi muito divertido e interessante essa aprendizagem”.

O estudante Juan Victor, do curso de ADS, falou em nome da equipe que conquistou o segundo lugar com o jogo ‘O Último Bonde’ sobre a pesquisa histórica necessária para a criação do projeto: “Me empolgou muito abordar e pesquisar mais sobre a Baixada Santista, principalmente Santos, vendo questões históricas, cada época e seu impacto na cultura”.

Para ele, apesar das dificuldades técnicas, o processo de criação valeu a pena, com o uso de ferramentas diversas, inclusive inteligência artificial para a produção das HQs inseridas no jogo. “Foi um processo um pouco complicado, mas correu tudo bem”, diz.

Integrante da equipe que garantiu o terceiro lugar, Sofia Rodrigues Rocha, acadêmica do curso de ADS, ressaltou os desafios enfrentados: “De longe, tivemos duas dificuldades: o limite imposto pela ferramenta e a de encontrar imagens reais em boa qualidade para o período retratado”. O jogo ‘Nos trilhos do Tempo’, que se baseou na linha turística dos bondes, buscou resgatar períodos históricos dos anos 2000, contados a partir da vivência de sua dupla de trabalho.

“O processo foi muito interessante, porque, quando chegamos à ideia que seria bonde, teríamos dois períodos que poderíamos trabalhar: em 1900, antes de terminar, e nos anos 2000, que começou a linha turística. A minha dupla viveu o segundo período, então esse mesmo foi escolhido, inclusive incrementamos ela no jogo”, explica a aluna.

O coordenador dos cursos destacou a importância do projeto para a formação dos alunos: “Este tipo de projeto dá ao aluno uma maturidade para ser um profissional. A área de desenvolvimento de jogos tem um potencial muito grande no mercado atualmente, e esses estudantes estão aprendendo a ingressar nela”, comenta Guerra. Ele ainda ressaltou que a atividade vai além do aprendizado técnico, preparando os alunos para o mercado real.

Confira a apresentação de todos os projetos aqui.