O evento reuniu operadores, trabalhadores portuários e instituições ligadas ao Porto, para discutir a capacitação de profissionais
Em busca de verbas para a qualificação de funcionários, o Programa de Ensino Profissional Marítimo (Prepom), desenvolvido pela Marinha, realizou, na última terça-feira (25/9), o 5º Workshop do Prepom, promovido pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) em parceria com o Órgão Gestor da Mão de Obra (Ogmo) de Santos. O evento, realizado na Universidade Santa Cecília (Unisanta), contou com a participação de operadores, trabalhadores portuários e instituições ligadas ao Porto.
O tema central foi a situação na demanda de vagas preenchidas nos cursos de especialização da Marinha. Neste ano, das mil vagas solicitadas na região, apenas 150 trabalhadores portuários passaram por algum curso do Programa. A matéria foi publicada com destaque na editoria Porto & Mar, página A-13, do jornal A Tribuna desta quarta-feira, 26/9.
Durante o encontro, foram coletadas propostas de programas de ensino e vagas. As sugestões serão avaliadas pela Marinha e a partir de janeiro, autorizadas (ou não) pelo Governo, dependendo do orçamento da União.
Retração econômica
O capitão dos portos de São Paulo, capitão de mar e guerra Daniel Américo Rosa Menezes, comentou que um dos motivos da falta de verbas nas qualificações é a atual situação financeira do país. “A gente entende que isso é uma dificuldade muito grande, principalmente neste período em que nós estamos vivendo, de retração econômica. Os recursos do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo têm sido bastante contingenciados”, informou ao jornal.
Para tentar, junto às autoridades, um maior repasse para área, o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), João Batista de Almeida Neto, propôs a criação de um grupo de trabalho com empresários e trabalhadores, de acordo com a reportagem.
“Cerca de 2,5% da folha de pagamento é recolhida pelo empresário que envia parte desse montante para o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, que já acumula R$1,8 bilhão e esse dinheiro fica parado lá”.
Neto ainda lembra, na matéria, os problemas causados por acidentes de trabalho motivados pela falta de capacitação dos trabalhadores. “Temos que sensibilizar o pessoal lá de cima (Brasília) dos riscos eminentes”.
O diretor executivo do Sopesp, José dos Santos Martins, afirmou que o que falta para a qualificação é a verba. “Mas não verba de origem, pois os operadores contribuem. Teríamos que ter o mínimo necessário para os cursos”, disse, conforme a matéria de A Tribuna.