A Universidade Santa Cecília marca presença na maior Feira Literária do País.
Encontrar leitores de todas as idades, pessoas interessadas em conhecer mais sobre Pagu e até um grupo de escritoras de Santos, trouxe uma enorme alegria para a educadora e escritora Lúcia Teixeira durante seu primeiro dia na Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. Como biógrafa de Pagu, Lúcia sentiu de perto o carinho de tantos que, como ela, admiram o legado de Patrícia Galvão.
O livro “Os Cadernos de Pagu – Manuscritos Inéditos de Patrícia Galvão”, com organização e notas de Lúcia Teixeira, traz imagens e textos da Autora Homenageada da Flip nesta edição. A publicação é das editoras Nocelli (um selo para publicações especiais da Editora Reformatório) e Unisanta. A quarta capa é assinada pelo escritor Ruy Castro.
Lúcia, que também é presidente do Semesp e da Unisanta, começou o dia participando da mesa “Pagu, Zé e o teatro: todos pagãos” encontro que reuniu também a diretora e dramaturga Thais Aguiar, o ator e diretor Marcelo Drummond, viúvo do diretor Zé Celso Martinez Corrêa e integrante do Teatro Oficina Uzyna Uzona, e Jonas Golfeto, diretor, ator, documentarista e fotógrafo. A mediação foi do jornalista Ubiratan Brasil.
A Casa Pagã ficou pequena para abrigar o público interessado. Entre as várias falas emocionadas sobre Pagu, Lúcia destacou o amor pelo teatro desde muito jovem e até o final da sua vida, na cidade de Santos. “É interessante observar seus primeiros passos como dramaturga, nos rascunhos de inédita peça “Parque Industrial”, em 1931, ano em que é presa em Santos. O interesse pela arte teatral se inicia muito antes de sua conhecida atuação no incentivo ao teatro amador, que aconteceria no final da década de 1950 e início dos anos 60, quando morre”.
Lúcia comentou a obra “Fuga e Variações”, de 1954, também inédita até agora, em que Pagu era aluna da Escola de Arte Dramática. “Em sua vida e em várias épocas, o movimento sempre foi de recomeçar e manter a esperança, que tanto precisamos em nossos dias. Nesses cinco cadernos que reproduzimos no livro, está registrado seu tempo particular, surpreendente e único, com seu modo vivo de pensar e de escrever o mundo”, disse Lúcia.
Assim que terminou a mesa, Lúcia atendeu com sorrisos e a delicadeza de sempre aos pedidos de autógrafos, conversou com os fãs de Pagu e contou detalhes de sua longa pesquisa sobre ela que vem desde 1988.
Mostra Viva Pagu
Lúcia fez a abertura da mostra Viva Pagu, no espaço da Casa Estante Virtual, em Paraty. São cartas, manuscritos e fotografias inéditas que resgatam vida e obra de Patrícia Rehder Galvão, Pagu (1910-1962), participante da terceira geração do Modernismo brasileiro, política militante, romancista, desenhista e poeta, incentivadora da Cultura e mulher precursora em várias áreas.
Como curadora da exposição, a escritora em fala descontraída para a plateia explicou o conceito: “São três atos que apresentam Pagu e a realidade brasileira dos anos 1920 aos anos 60 , com suas tensões políticas e manifestações culturais”.
A mostra é baseada na trilogia Pagu escrita por Lúcia: “ Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão”; Pagu- Livre na imaginação, no espaço e no tempo e “Croquis de Pagu”.
Segundo Lúcia, as imagens retratam o rico itinerário de Patrícia Galvão, memórias, textos, depoimentos, cartas, narrativas, manifestações literárias, rastros de Pagu e de seus companheiros de viagem, registros minuciosos – inclusive informes reservados e prontuários do Deops.
Ainda em Paraty Lúcia participou da Mesa “Para que procurar o finito no infinito? – as faces de Pagu” no Auditório da Quadra, ao lado da livraria oficial da Flip, com sessão de autógrafos ao final para interessado público.
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Confira as fotos: