No próximo dia 11 de novembro, Orgone Grupo de Arte completa 20 anos de trajetória artística na cidade de Santos. Para celebrar a data, o grupo traz de volta à cena o espetáculo que deu origem ao Teatro Rolidei há mais de quatro anos: Redimeid Bluiz, com concepção e direção de Renato Di Renzo.
Com o apoio da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), a obra será apresentada no Rolidei aos domingos, a partir do dia 11 de novembro até o dia 2 dezembro, sempre às 20h30. O público será recepcionado pelos músicos Sol Martines, Cris Lima e Zero Beto, que, antes do espetáculo, tocarão clássicos do blues e jazz.
As apresentações serão especiais e trarão à tona as reflexões do grupo acerca da contemporaneidade, num momento em que se discute a qualidade de vida, o mundo que se quer viver, a cultura como parte essencial do homem e o acesso à arte como direito primordial de todos.
Além disso, vêm provocar a discussão do fazer teatral no Brasil, quando as grandes produções comerciais são estabelecidas como os referenciais do teatro de qualidade. “Acho que é um momento que não precisamos falar. É de reflexão, de lembrar a história, o trajeto. Ele é único, construído dia a dia. Não tem segredo. Tem trabalho árduo e comprometimento”, afirma Di Renzo.
Para Claudia Alonso, atriz e produtora do grupo, contribuir com a cultura da Cidade é a responsabilidade do artista. “Somos santistas com honra. Pela escola Orgone passaram mais de três mil pessoas. Depois que o Renato assumiu a condução cênica, foram mais de 300 pessoas que passaram pelo grupo. Até hoje, não tivemos nenhum subsídio financeiro nas três esferas governamentais, no entanto, continuamos produzindo espetáculos de qualidade e ministrando cursos gratuitos para a comunidade santista. Continuaremos trabalhando e exercendo nossa função de provocar reflexão e incomodar, doa a quem doer”, diz.
Redimeid Bluiz – a obra
Espelho da própria sociedade, a obra traduz o homem contemporâneo, suas máscaras sociais e a necessidade de incorporar padrões para sobreviver, provocando a sensação constante de abandono e solidão. O fio condutor é o desgaste e o niilismo, provocados através de situações já vistas e comuns, que adquirem outra roupagem, novos signos frente à inoperância da palavra entre os homens.
A peça ocorre num espaço também comum, um cabaré (?), um café (?), onde a tríade básica da expressão cênica (atuante –texto- público) permite ‘olhar por trás das cortinas’, ‘pelo buraco da fechadura’, como um voyeur. O público é conduzido por uma crítica do cotidiano, que estabelece um diálogo entre diferentes autores.
Dentro da pesquisa do grupo para este trabalho estão o readymade, movimento artístico de Marcel Duchamp; o blues, música criada pelo negros norte-americanos; work in progress, happening, movimento futurista, o interseccionismo, a arte dada, expressionismo, o patético, o bizarro, o grotesco, o burlesco e o cômico, além de autores como Arthur Miller, Tennesse Williams, Edward Albee, Robert Patrick e Bertold Brecht.
Redimeid Bluiz estreou em 2003, inaugurando o Teatro Rolidei, e ficou em temporada por quatro meses, fato inédito para Santos na época. Fez nova temporada no mesmo espaço nos anos de 2005 e 2006. Também foi apresentada em Mogi das Cruzes e no Festival de Teatro de Franca, e fez temporada no Espaço Lineu Dias, em São Paulo (2003).
Além do apoio da UNISANTA para esta temporada de Redimeid Bluiz, o grupo conta também com o patrocínio da Confeitaria Viena, Studio 58 e Open By Sheyla e os apoios de Gardênia Flores e Prefeitura de Santos. A realização é da Associação Projeto Tam Tam.
O Café Teatro Rolidei se localiza no 3º piso do Teatro Municipal Brás Cubas, na Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias.
Mais informações:
(13) 9124-6493 / 9131-4353 / 8111-6373
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