Observatório dos Direitos do Migrante, da Unisanta, treinou Voluntários do Ação do Coração 2018

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O tema deste ano do Ação do Coração é o apoio aos refugiados, excluídos e migrantes, que são objeto de pesquisas científicas do Observatório dos Direitos do Migrante, instituído pela Universidade Santa Cecília.

Patrícia Gorisch,  advogada, pesquisadora  e uma das coordenadoras do Observatório dos Direitos do Migrante, da Universidade Santa Cecília (Unisanta),   treinou voluntários inscritos no Projeto Ação do Coração 2018.  Ela esteve na Secretaria de Educação da Prefeitura de Santos, no dia 3/7,   para orientar os voluntários do Projeto,  que tem  o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Os colaboradores do Ação do Coração preencheram a ficha do Termo de Adesão ao Voluntariado, na qual informaram em quais dias e horários estarão disponíveis para as diversas atividades. Várias entidades e prefeituras da Baixada Santista têm organizado ações de  apoio, e a Unisanta participa com embasamento técnico e científico ao tema.

O objetivo do Observatório dos Migrantes da Universidade, inaugurado no dia 12/6 , é  justamente estudar a situação dos refugiados, excluídos e migrantes,  com um foco na saúde e nos direitos. Em uma segunda etapa, o Observatório estudará o apoio a essas pessoas, em parceria com a Cruz Vermelha.  Uma das medidas propostas é ajudar os refugiados a conseguir documentação e a se estabelecer no País.

Livros e contatos pessoais

O Observatório propõe  uma reflexão sobre o cenário atual de conflitos que obrigam pessoas a saírem de seus países sob risco de vida (refugiados), a serem excluídos da sociedade e/ou a migrar por questões climáticas ou econômicas.

 Além de pesquisadora no assunto, com publicações em livros em revistas científicas nacionais e internacionais,  Patrícia Gorisch tem mantido contatos pessoais com migrantes, em São Paulo e em Santos, há vários anos. Na Seduc, recentemente, ela  ganhou um coração em tecido com a bandeira brasileira no meio, do jornalista Abbey Jones, refugiado da Nigéria. Ele veio para o Brasil há três anos com a esposa Lorraine, também jornalista, além de dois filhos. O casal está radicado em Santos e tenta arrumar um emprego.

Patrícia afirma que, apesar da região ter o maior porto da América Latina e do Caribe, não existem estudos aprofundados sobre o tema. E também não existe  o apoio aos refugiados, “que será nossa segunda etapa, junto com a Cruz Vermelha”.

“Cerca de 50 refugiados chegam por ano pelo Porto de Santos. Eles vêm do Congo, de Angola, Síria, de vários países. O que é mais preocupante é que 50% dos solicitantes de refúgio são crianças, muitas delas desacompanhadas, não têm família” , afirma. Outras crianças chegam sozinhas, encaminhadas por seus pais, que pagam pelo transporte delas,  a fim de que elas escapem da fome, das doenças e de outras situações de riscos.

Patrícia Gorisch é coautora de um capítulo do livro que tem como tema ‘Migrações’, área sobre a qual é consultora e palestrante, inclusive no exterior. Professora do curso de Direito da  Unisanta, ela participou da obra coletiva “Migrações Sul- Sul”, na qual é coautora do capítulo ‘Refugiados e o Direito à Saúde no Brasil’. A obra  foi lançada dia 13/4 na Missão Paz, em São Paulo.

O objetivo do livro foi ampliar os conhecimentos sobre os imigrantes no contexto brasileiro e latino-americano. A obra é o resultado da colaboração de 24 profissionais de diversas áreas de conhecimento, atuação e instituições acadêmicas.

Pós-doutorado na Itália

Além de professora na Unisanta, Patrícia Gorisch  é pesquisadora em Direitos Humanos nas áreas LGBTI e Refugiados. Pós-doutoranda em Direito Europeu Comparado pela Universitá degli Studi di Messina (Itália), doutoranda em Direito Ambiental Internacional, ela é pesquisadora concursada do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados do Ministério da justiça e da Segurança Pública do Governo Federal).

Outros títulos e cargos

Mestre em Direito Internacional, diretora nacional do IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família e Presidente Nacional da Comissão de Direito Homoafetivo do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família). Árbitra e Mediadora da Santos Arbitral, Membro da ISFL – International Society of Family Law.

Ligada à Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI, Membro associada do IBCivil (Instituto Brasileiro de Direito Civil), da American Bar Association e da The National LGBT Bar Association, EUA. Membro da Cruz Vermelha São Paulo (projeto Juventude e Refugiados e da Comissão de Direitos Humanos do IASP – Instituto dos Advogados de São Paulo).

Programa do Ação do Coração

Desde o começo deste mês, várias entidades e prefeituras da Baixada Santista têm promovido eventos, para arrecadar produtos aos migrantes e refugiados e orientar a população sobre o tema.

Sábado (28), houve o Jogo da Solidariedade, entre o  time da Ação do Coração,   um combinado de jogadores e ex-jogadores profissionais,  enfrentando a Seleção de Refugiados, a partir das 15h, no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista.

Nesta segunda-feira (30), às 15h, será exibido um filme infantil no Cine Roxy 6, de São Vicente. Às 19h, haverá o lançamento do selo postal da 7ª Ação do Coração, no Instituto Histórico e Geográfico daquela cidade.

Na  terça-feira (31),  serão encerradas as oficinas de confecções de corações e  haverá mostra de filme no Cine Roxy 5, em Santos. No dia 2 de agosto, a Praça Mauá recebe a missa ecumênica e a entrega dos corações, com a participação de diversas entidades que apoiam a iniciativa, além de autoridades. Essa distribuição de corações é liderada pela Associação Eduardo Furkini.

Histórico

A primeira edição da Ação do Coração aconteceu em 2 de agosto de 2012, na Praça Mauá, em Santos. O evento contou com mais de 26 mil pessoas e quase 60 mil corações de tecido. O dia 2 de agosto figura no calendário oficial da cidade como “Dia da Ação do Coração”, instituído pela Lei Municipal No 2.884 de 19 de dezembro de 2012.

A data é referente ao dia da morte do ator santista Eduardo Furkini, que faleceu vítima de um infarto e que inspirou o movimento. Durante uma viagem dele e do irmão Alexandre Camilo à Europa, eles viram uma ação parecida feita para lembrar da importância de cuidar da saúde do coração. Depois da morte de Eduardo, Camilo resolveu realizar a Ação do Coração, em Santos.