Na Triptyque Architecture, com sede em Paris e São Paulo, o engenheiro civil e arquiteto Aloysio Felix tem participado de projetos e obras importantes, desde 2017. Sua experiência profissional anterior é sólida e multifacetada, com estudos em outras áreas, como Finanças e Gestão em Liderança. Seu conselho: manter a postura de ser aprendiz.
Aloysio Felix formou-se em 2005 em Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Santa Cecília. Contudo, sua trajetória profissional, generalista, começou muito antes, quando se formou em Engenharia Civil (1986) e, em seguida (1990), concluiu o MBA em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Atualmente, dirige, como CEO (Chief Executive Officer), em Paris e São Paulo, o escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture, com 70 profissionais. São quatro sócios arquitetos, os franceses Gui Sibaud, Greg Bousquet e Olivier Raffaelli e a brasileira Carol Bueno.
Sua descendência francesa e facilidade com a língua ajudaram muito sua integração com a equipe de Paris. “Percebi, desde cedo, quando me formei em Engenharia, que as coisas não parariam por ali e que eu precisaria continuar a estudar. Afinal, formar-se são apenas títulos e o que somos é a soma de nossas experiências de aprendizado”.
Aloysio teve passagens pela Promon Engenharia, onde aprendeu cálculo estrutural; GHG Engenharia, quando atuou em obras em São Paulo; e pela IBM, o que ele chama de sua grande escola em gestão, onde passou dez anos na Engenharia Industrial, e depois em Desenvolvimento de Negócios e Finanças, sendo um deles nos Estados Unidos, na IBM americana.
Nessa época, pós-graduou-se em Engenharia de Custos pela Pace University em Nova York. Em 1997, voltou a residir em Santos e montou seu próprio escritório de Engenharia, dentro da área de Real Estate.
O curso de Arquitetura
Foi quando recebeu um convite do Prof. Edison Fernandes para concluir o curso de Arquitetura e Urbanismo na Unisanta.
“Sempre fui apaixonado por Arquitetura e por História. Estava retornando à minha cidade e aquela oportunidade era única. O Edison havia montado um curso muito bem planejado e a turma do Santa me transmitia confiança. A coordenação sempre foi muito bem executada pelo Edison e em seguida pelo Nelson Gonçalves, arquitetos que eu conhecia e admirava.”
Em 2007, associou-se a Kity Achilles, sua atual esposa, a qual havia acabado de chegar de Barcelona, onde participou do projeto Torre Agbar, de Jean Nouvel, e passou a produzir Arquitetura.
Projetos importantes
“Foram projetos arquitetônicos dos mais diversos, mas sempre existem os que mais temos carinho especial”, afirma Aloysio Felix. Cita a casa em São Roque, inspirada nas Prairies Houses de Frank Lloyd Wright, o Uptwon Pub & Bar e o Restaurante Capriccio, em Santos, as restaurações da Santa Casa de Campinas (1875) e do Edifício Art-Déco Umbelina Felix (1945), em Santos, além de uma residência em Portugal.
“As imersões na Santos Arquidecor/Casa Natal foram incríveis no meu aprendizado, sempre com a parceria da Kity. Lembranças boas da entrada bem Mondrian de 2006, do Home Theater de 2007, do quarto francês de 2008 e do quarto do casal de 2009. Tempos bons.”
Em 2011, recebeu o convite para conduzir a gestão das edificações do terminal portuário da Brasil Terminais Portuários na Alemoa. A empreitada englobaria Arquitetura, Engenharia e Finanças em edifícios triple AAA e proporcionava uma escala de obras jamais experimentada por ele.
“Foi incrível viver essa experiência em Obras de Grande Porte, e minha parceria com a Kity não terminou ali, continuando até hoje. Na Triptyque, as conexões com a Europa são intensas e a Kity sempre gostou de investigar o mobiliário e o desenho do objeto. A proximidade com a França realimenta hoje nossos traços em comum, pois vivemos com um pé aqui e outro lá.”
A disposição de aprender sempre
Em 2013, Aloysio Felix concluiu alguns cursos na Harvard University, em Boston.
“Fiz um curso com maior duração em Gestão de Liderança na Harvard Business Scholl e outros de curta duração no Gund Hall (Arquitetura da Harvard) e na Economics, onde conheci o John Kotter. Foi uma experiência diferente, morei no Campus com pessoas do mundo inteiro e a conectividade foi o melhor do curso”, conta.
As pessoas costumam lhe perguntar sobre as comparações entre as universidades em que estudou. Sua resposta é invariável:
“Em qualquer lugar do mundo, estudar é igual no balanço final, com seus prós e contras. O que muda é a nossa disposição para aprender, a postura de ser aprendiz. O importante não é o final, mas é o caminho, o processo. Não quero ser piegas e acredito muito nisso. Esse “final” não existe. De modo que se trata de um ponto de chegada e um de reinício ao mesmo tempo, é simplesmente um rito de passagem.”
Depois de uma curta passagem em Santos, em apoio à Prefeitura, recebeu um novo convite. Trabalhar em São Paulo na Hemisfério Sul Investimentos, o maior fundo de Private Equity em Real Estate do Brasil, na Gestão de Desenvolvimento em Projetos e Engenharia.
“Foram três anos maravilhosos em minha vida. Trabalhei com o melhor engenheiro que conheci e, novamente, aprendi. A HSI lidava com inúmeros tipos de plataformas, como a de Shopping Centers, Hotéis, Corporate e Offices, Residenciais, Self Storages, Galpões Industriais, etc. Essa diversificação me ensinou muito.”
Em 2017, apareceu a Triptyque. E Aloysio Felix e sua equipe continuam desenvolvendo obras importantes na França e no Brasil.