As emoções em quadra já fazem parte do passado. A Copa Bonga de Futsal, agora, ataca também no 7º. Curta Santos, Festival Santista de Curtas Metragens, que nesta temporada homenageia Rudá de Andrade. O curta de humor, intitulado A Saga de Pedro de Lara, produzido para a abertura da competição, concorrerá na categoria Mostra Olhar Caiçara Independente.
“No início das nossas investidas pela área da cinematografia, tudo não ia muito além de uma imensa brincadeira. Mas, depois de algumas boas experiências, resolvemos levar mais a sério”, afirma o diretor do curta, Mohamad Teixeira. “Nossa intenção é a de mostrar um trabalho calcado no bom humor, algo tão em falta nos dias atuais”.
Mohamad diz ainda que “o fato de a sétima edição do Curta Santos homenagear a figura de Rudá de Andrade desponta como algo auspicioso, termo bastante em voga neste período de incursões pela cultura indiana. Afinal, Rudá, é um nome muito ligado à UNISANTA”, acrescenta.
Cineasta e intelectual falecido no início do ano, Rudá dirigiu o documentário Renata, baseado na obra Revolution 9, de Marcelo Teixeira, e colaborou com Lúcia Teixeira Furlani, na versão cinematográfica de Pagu, Livre na Imaginação no Espaço e no Tempo.
Rudá de Andrade, filho de Patrícia Galvão (Pagu) e Oswald de Andrade, será celebrado por sua importante contribuição e luta em prol do cinema brasileiro. O militante que também atuava como crítico cinematográfico e pesquisador..
Dono de um extenso currículo, Rudá, além de incentivar o cineclubismo brasileiro, foi um dos criadores do Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo, tendo representado o instituto entre 1970 e 1981. Considerado um profundo apaixonado pela sétima arte, formou-se em cinema na Itália, atuando ao lado de renomados diretores como, Luigi Comencini e Vittorio de Sica. Rudá de Andrade também foi um dos fundadores da Sociedade Amigos da Cinemateca, em apoio à Cinemateca Brasileira e fundador do curso de cinema da Universidade de São Paulo, ECA-USP, onde lecionou por dez anos.
Sobre o curta A Saga de Pedro de Lara, Mohamad diz apenas que se trata de mais uma aventura do mascote da Copa Bonga, Pedro de Lara, que é sequestrado por um boxeador profissional, interessado em tomar o seu “tão cobiçado” posto. “Espero que as pessoas se divirtam e que o Júri tenha bons olhos para o nosso humilde trabalho”, conclui o jovem diretor.