Entre as 16h e as 18h30 da segunda-feira (04/10), aconteceu o primeiro Círculo de Cultura de Paz no espaço físico do Núcleo Universitário de Práticas Restaurativas (Nupre/ Unisanta) “Professora Nilza Pirilo Teixeira”, inaugurado na quinta-feira (30/09) e localizado na sala 216 do bloco M, Rua Oswaldo Cruz, nº. 277.
Além da presença das coordenadoras do núcleo, Profa. Dra. Selma Lara e Profa. Mestra Liliane Rezende, e de algumas alunas do curso de pós-graduação em Justiça Restaurativa da Unisanta, o artista peruano Ivan Ciro Palomino também participou do evento, inclusive assinando obras adquiridas na sua exposição, que está aberta gratuitamente ao público, de 1º/10 a 7/11, de terça a domingo, das 9h às 18h, na Pinacoteca Benedicto Calixto.
A acolhida e primeira etapa do encontro iniciou-se com uma vivência intitulada “Luz da vida”, conduzida pela Profa. Mestra Liliane Rezende, que representou com o corpo a questão da resiliência, da flexibilidade, de deixar para trás o que não nos pertence. Em continuidade, a Profa. Dra. Selma Lara também apresentou uma vivência de movimentos sequenciais, em que um movimento de um parceiro depende do outro e assim vai se construindo em um processo o foco e a atenção.
Após o acolhimento, as coordenadoras se pronunciaram sobre o Círculo de Cultura de Paz e a importância de tal reunião. Depois, foi passado o bastão da fala e foram feitas perguntas sobre as maiores potencialidades e os desafios encontrados durante os Processos Circulares que as alunas da pós-graduação em Justiça Restaurativa realizaram em agosto deste ano com os alunos de 8º. ano do Ensino Fundamental inscritos no Concurso Artístico de Cartazes “Consciência: Girando pela Paz”, relacionado à exposição e à obra de Ivan Palomino.
A Profa. Mestra Liliane Rezende trouxe a questão da importância da vivência dos Processos Circulares nas três redes de ensino (municipal, estadual e particular) oferecendo acolhimento, um atrativo, na retomada das aulas pós-pandemia, e o contexto da educação em cada uma destas, com o foco nas práticas restaurativas, por meio do diálogo e escuta qualificada. Participaram do Concurso de Obras Artísticas 36 escolas de Santos, sendo 18 estaduais, 12 municipais e 6 privadas. Liliane destacou também como as obras do Ivan Ciro foram importantes para que os alunos refletissem sobre a Cultura de Paz e vivenciassem todo este cenário à luz das suas próprias obras.
A Profa. Selma Lara reforçou no evento a importância da arte, enaltecendo que esta também faz parte dos princípios da Justiça Restaurativa, dando vez e voz a todos, por meio da expressão em múltiplas linguagens.
Após a realização das vivências e das exposições dos participantes, o primeiro Círculo de Cultura de Paz no espaço físico do Nupre foi encerrado com a leitura de um pequeno trecho do texto “Ensine afeto nas escolas”, lido pela aluna Maria da Glória. O fragmento tratou da necessidade da humanização dentro das unidades educacionais, que não podem ensinar apenas os conteúdos acadêmicos, mas também matérias socioemocionais, a vivência com o outro.
“O Círculo é muito interessante. Ele de alguma forma nos conecta para reforçar ideias e mensagens para transmitir valores que vão desde crianças até nós. Gere metas de conscientização e esperança por um mundo melhor de respeito e justiça restaurativa”, comentou o artista peruano Ivan Ciro Palomino.
Ao final do evento, houve uma confraternização entre os participantes envolvidos.
Relatos de alunas participantes
“Participar do primeiro Círculo de Cultura de Paz no Nupre com o artista Ivan Ciro Palomino trouxe momentos de pertencimento e conexão com o artista, as colegas e professoras que fazem parte da pós-graduação em Justiça Restaurativa. Vivenciar o círculo presencialmente evidencia o quanto somos seres sociais e precisamos compartilhar nossas experiências, sentimentos e emoções uns com os outros. Os círculos são uma poderosa ferramenta para promover reflexão, diálogo e mudança de hábitos e comportamentos, tendo em vista a Cultura de Paz”.
Andreia Paula Oliveira França
“A presença do artista, parceiro e amigo da Justiça Restaurativa, Ivan Ciro Palomino, cuja obra inspirou os círculos realizados nas escolas através do projeto “Consciência: Girando pela Paz”, foi mágica e inspiradora. Ouvi-lo contar sua história, conhecer um pouco da sua caminhada e compartilhar experiências trouxe um maravilhoso momento de conexão e pertencimento”.
Aluna Cristiane Antunes
“Foi um momento de sincera interação, conexão e pertencimento com as coordenadoras da pós-graduação, colegas de curso e o grande artista Ivan Palomino. Esse círculo, com diálogo horizontal e respeitoso, me oportunizou estar em contato profundo comigo e com outras pessoas, em um compartilhamento de histórias potentes, que me sensibilizam a sempre estar no meu melhor”.
Fabíola Barletta
“Estar no presencial sentindo a energia de todos faz bem ao coração, à alma e à mente. Juntos a paz se faz”.
Maria da Glória
“São diversos os sentimentos da tarde servida de quitutes, ladeada de amigas, de frente com arte premiada inspiradora para uma constelação de abordagens artísticas, que traz a estratégia para mudança social. O encontro, arte da vida, parafraseando o poeta Vinicius de Moraes, mostrou a potência da interação de corpos, do abraço, da prática circular ensinada na essência no curso, ao acessar a genuína necessidade humana de traçar vínculos, expor vivências compartilhadas no encontro. Esse espaço trouxe foco à formação proposta do repensar relações humanas”.
Ana Maria Cação
“Participar do Círculo da Cultura de Paz no Nupre foi um lindo presente! Minha história com a Família Santa Cecília começou há muitos anos. Percorri o caminho educacional nesta instituição, que sempre nos ensinou a importância dos valores, princípios e amor dedicados ao próximo. E o Nupre, que possibilita a prática dos Processos Circulares, a semeadura da paz e não violência e a aplicação dos princípios da Justiça Restaurativa, oferece para a sociedade a oportunidade de um novo olhar, restabelecimento das relações e do diálogo bem como uma reflexão profunda sobre questões conflituosas sociais, comunitárias, familiares e pessoais”
Tammy Marmol
“Foi muito emocionante para mim. […] A Justiça Restaurativa na nossa cidade começou de uma forma pequena e agora está conquistando o seu espaço. A emoção de estar com minhas colegas de pós-graduação é muito grande, porque conheci a maioria delas pela plataforma Zoom e encontrar pessoalmente é encontrar o outro humano que nos toca com sua sensibilidade. Que os Núcleos de Práticas Restaurativas sejam uma constante em todas as universidades públicas e privadas do mundo!”.
Maria da Graça Aulicino
“O 1º. encontro da Cultura de Paz no Nupre significou, pra mim, um momento de conexão real, por não estarmos no modo on-line, modo tão presente nos últimos tempos em nossas vidas. Conexão com mestres, amigos e também com o artista Ivan Palomino, onde o diálogo foi realizado na linguagem universal do amor, veículo único para construção da paz, tema central do nosso encontro. Sentimento de gratidão e pertencimento”.
Adriana Cristina Paciência
“Falar da experiência de círculos de diálogos de Cultura de Paz é trocar experiências, multiplicar, inspirar e apreender uns com os outros. Foi muito rica a experiência de ouvir os relatos das colegas que realizaram círculos nas escolas, e a presença do artista Ivan Ciro Palomino, que com sua arte trouxe instrumentos para reflexão sobre processos educativos com temas como o acesso a educação, a proteção ao meio ambiente e o alerta para o desarmamento e a não violência, trouxe muitos subsídios para valorizar e multiplicar o programa da Justiça Restaurativa. Gratidão pela oportunidade”.
Beatriz Laurindo