Lucas Santos de Oliveira foi o único estudante da Baixada Santista a participar do atendimento a refugiados de guerras, comunidades em estado precário de sobrevivência e moradores locais.
O trabalho social realizado pelos alunos da Universidade Santa Cecília (Unisanta) ultrapassou fronteiras. Aluno do 4º ano de Odontologia, Lucas Santos de Oliveira, passou parte de suas férias acadêmicas em Bié e Luanda, Angola, onde realizou atendimentos a refugiados de guerras, comunidades em estado precário de sobrevivência e moradores locais.
De 11 de janeiro a 2 de fevereiro, Lucas participou da Liga Universitária de Missões e Evangelismo (Lume), que teve como objetivo proporcionar qualidade de vida e levar o evangelho para a população carente de necessidades básicas pertinentes a saúde.
Após processo de seleção e entrevista, Lucas foi o único estudante da Baixada Santista escolhido para participar da liga. O projeto contou com 22 colaboradores das áreas de Odontologia, Medicina, Fonoaudiologia, Enfermagem, Biomedicina e Psicologia. Participaram da ação, acadêmicos da Bahia, Rio Claro e Limeira.
“Ser aluno da Unisanta influenciou muito na minha seleção, pois já havia realizado várias atividades extracurriculares pela universidade. Isso ajudou no crescimento da experiência na área da Odontologia Social, fora do consultório, uma Odontologia sem fronteiras”, afirma.
Problemas graves- De acordo com Lucas, a equipe multidisciplinar saía a campo para convidar os moradores a participar de uma triagem. Além do atendimento, a equipe realizou palestras sobre saúde para a população local.
“Foi uma realidade dura, muitos não têm acesso a hospitais, ambulatórios, energia elétrica, saneamento básico, etc. Notei que Angola sofre um grande problema de saúde bucal. Pacientes procuravam atendimento dos cirurgiões dentistas com problemas gravíssimos alavancados por complicações dentárias. Muitos nunca passaram por consulta odontológica”, explica o aluno.
Ele ficou entusiasmado com o trabalho realizado com a população carente. “O projeto foi incrível. Saí da minha zona de conforto e fui para um dos lugares mais extremos desse mundo, onde encontrei um povo sedento de cuidados básicos, saúde, infraestrutura e bons profissionais”, diz.
Entre os atendimentos realizados, o caso de uma menina de 12 anos foi o mais marcante. “Tivemos a alegria de restabelecer sorrisos de muitos adolescentes e o que mais marcou foi uma menina que pediu para que restaurássemos o seu dente da frente (inciso central), pois estava quebrado. Ela sofria bullying e ganhava apelidos ofensivos de algumas pessoas. Após o trabalho da equipe finalizado, ela pulava de alegria, nos abraçou, agradeceu e falou que demos motivos para ela retornar a viver e sorrir”.