Colaborou: Elizabeth Faria

Doping e violência no Rio foram temas da entrevista coletiva, concedida por representantes italianos

Maratonistas russos iniciaram os treinos na Universidade Santa Cecília (Unisanta), na manhã desta segunda-feira (25/7). A delegação russa não deu entrevistas à imprensa, atendendo à orientação do governo daquele País.

Os atletas russos receberam a placa da Unisanta em homenagem à sua delegação, em um ato informal realizado no Consistório da Universidade. Os dirigentes italianos também receberam a placa e os atletas foram representados no ato por Piero Cudia, destaque nos 100m borboleta.

O tema doping, devido à polêmica que envolve os atletas russos, principalmente do atletismo, foi um dos assuntos abordados na coletiva realizada na Unisanta. A pergunta foi endereçada ao head coach da Itália, Cesare Butini. A Itália está muito atenta ao problema, explicou o técnico italiano. Seus atletas principais, mais visados, tiveram nos últimos meses cerca de 30 controles e nunca tiveram problemas, explicou Butini. A Itália tem duas agências internas anti-doping, além de se reportar à Agência Mundial Antidoping (Wada).

Gregorio Paltrinieri (Itália)

O representante italiano considera corretas a rigidez quanto ao uso de substâncias proibidas e a decisão de se proibir a participação do atletismo da Rússia na Rio-2016. (O Comitê Olímpico Internacional -COI decidiu permitir a participação dos atletas “limpos” das modalidades, com exceção do atletismo, enquanto a Agência Mundial Antidoping sugeriu a exclusão de todos os inscritos,o que poderia afetar quase 400 representantes daquele País). Na Unisanta, a delegação italiana trouxe 88 pessoas de esportes aquáticos.

Problemas no Rio – Os problemas registrados na Vila Olímpica, no Rio, com os prédios inacabados, sem condições de receber os atletas, é uma questão que preocupa a delegação italiana. Por esse motivo, é provável que a delegação italiana que está na Unisanta atrase de um ou dois dias sua partida para o Rio de Janeiro. A princípio, eles pretendiam sair de Santos nos dias 2 e 3 de agosto, mas agora não deverá ser possível. Eles pensam em alugar apartamentos no Rio.

Sobre os atletas de natação brasileira, Cesare Butini reafirmou que os italianos consideram os brasileiros muito fortes e organizados. As “rivalidades” nas piscinas e nas maratonas é antiga, com as duas equipes se revezando entre as primeiras posições nos 4X100m livre, não apenas em Kazan.

Violência no Rio, zika e agora o terrorismo são questões que também preocupam os italianos. O terrorismo é um problema que afeta o mundo todo, mas Cesare Butini sustenta que todos devem prosseguir com suas atividades. “Não devemos deixar que nos roubem nossa liberdade”, afirmou o dirigente. A chegada ao Brasil, com escolta da polícia, e as medidas de segurança adotadas até agora estão satisfazendo os italianos.

O manager da seleção italiana, Stefano Rubaudo, reafirmou sua ótima impressão sobre Santos, onde já esteve várias vezes. A cidade é tranquila, nunca tive problemas. Santos é próxima do Rio, tem o clima parecido e a infraestrutura da Unisanta atende às exigências da Itália, disse.

Federica Pellegrini (Itália)

Destaques italianos – Os destaques do masculino na natação italiana são Gregório Paltrinieri, ouro nos 1500 metros livre e Campeão Europeu em Londres (2016). Sua meta é conquistar a medalha de ouro e o recorde mundial na modalidade, na Rio 16; Federica Pellegrini, atual recordista mundial e campeão olímpica em Pequim/2008 nos 200 metros livre; Marco Orsi – prata nos 40 metros livre no último Mundial de Piscina Curta, está se recuperando de uma lesão.

A recepção aos atletas russos e italianos contou com as presenças da reitora da Unisan

ta, Sílvia Teixeira Penteado, da presidente da Unisanta, Lúcia Teixeira e do Pró-Reitor Marcelo Teixeira, que destacou a experiência da Universidade em organizar maratonas internacionais e de revelar talentos no esporte, aliando as atividades esportivas á educação.

  Atletas russos – A seleção russa de Maratonas Aquáticas classificou dois atletas para as Olimpíadas Rio 2016, Anastasia Krapivina (feminino) e  Evgeny Drattsev  (masculino). Kapravina conquistou a vaga em 2015, no Mundial de Esportes Aquáticos em Kazan, onde chegou em 5º lugar, atrás de Ana Marcela Cunha (Unisanta), que ficou com a 3ª colocação.

Drattsev se qualificou para o Rio ao terminar em 4º lugar na seletiva olímpica de Setubal (Portugal), em junho deste ano, segunda chance de classificação  para as Olimpíadas, a primeira foi em Kazan (Rússia). Drattsev se destacou em 2014 nos campeonatos europeus, quando foi nomeado pela Federação Russa de Natação entre os três melhores nadadores do País.

Evgeny Drattsev (Rússia)

De acordo com Igor dos Santos, diretor técnico da seleção brasileira  de Maratona Aquáticas, a seleção russa escolheu a Unisanta para treinamento no período pré-jogos olímpicos pois já conheciam a tradição e estrutura da Universidade na modalidade. A equipe já participou de diversas edições da Maratona Aquática Internacional de Santos – Unisanta / Troféu Renata Agondi, competição da FINA organizada pela Unisanta de 2007 a 2013.

“Eles me procuraram e demonstraram o interesse pois além da infraestrutura, já conhecida e aprovada pelos Russos, a localização (próxima ao mar) também foi ponto importante na decisão.” Igor completa dizendo que o treinamento nas praias de Santos, também faz parte da aclimatação da equipe.

Equipe Italiana

 

Equipe Russa

 

Homenagem Equipe Russa e Italiana