Zélia de Mello, mestre em Ecologia e Biodiversidade, professora da Universidade Santa Cecília (Unisanta), falou à Revista Beach & Co sobre os animais dispersores que auxiliam na preservação e regeneração da vida nas florestas, num ciclo interligado no qual a falta de uma espécie coloca em risco todo o sistema.
“No bioma da Mata Atlântica, estima-se que, de 75% a 90% das espécies de árvores que produzem frutos têm suas sementes dispersadas por animais”, afirma a bióloga. Espécies de mamíferos, aves, peixes, anfíbios, roedores, répteis e insetos são responsáveis por espalhar as sementes pela terra, água e ar, e promover o plantio de florestas. Dentre os animais responsáveis pela dispersão, a bióloga citou alguns roedores, como esquilos e serelepes. “Eles comem alguns coquinhos e enterram outros para terem alimentos nas demais estações. Muitas vezes, eles não sabem onde os esconderam, originando novas mudas de coqueiros jerivá e tucum”.
A professora ainda alertou que a caça desses mamíferos acarreta grandes desequilíbrios e que, sem a presença deles, as florestas correm sério risco de extinção.