Santos e a Universidade Santa Cecília (UNISANTA) se engalanaram na manhã desta terça-feira (26), para recepcionar a campeã mundial de águas abertas, Ana Marcela Cunha, a mais jovem vencedora do Circuito da Copa do Mundo FINA de Maratonas Aquáticas.
A atleta de 18 anos, integrante da equipe UNISANTA, desde os 14 anos, quando se tornou a mais jovem ganhadora do Circuito Brasileiro de Águas Abertas, desfilou em carro aberto, ao lado dos pais George e Patrícia, pelas principais vias da Cidade, recebendo o carinho e os aplausos da população. Muita gente saiu à janela dos prédios e acenou das calçadas ao longo do trajeto.
Na chegada à UNISANTA, Ana Marcela foi recepcionada pelos companheiros de equipe, alunos, professores e a alta direção do Complexo Educacional Santa Cecília. Ela foi saudada por uma bateria de fogos de artifício e, antes de conceder entrevista coletiva aos principais órgãos de imprensa, ela foi homenageada com o lançamento da nova camisa da natação da UNISANTA, na qual foi colocada uma estrela dourada, referente à conquista do título mundial, sobre o logo da instituição.
Aos jornalistas, Ana Marcela disse que pretende buscar o tão esperado pódio olímpico. “Em Pequim, há dois anos, terminei em quinto, sendo a melhor brasileira na prova, mas isso não é o bastante. Quero lutar por uma medalha em Londres 2012”, afirmou.
Ana, que ainda tem pela frente a etapa final do Circuito Brasileiro de Águas Abertas e o Campeonato Brasileiro Júnior de final de ano, bem como o Torneio Open – esses dois últimos em piscina -, admitiu que a companhia de adversárias bem mais experientes nas etapas do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas contribuiu bastante para sua evolução, mas deixou claro que o diferencial não está na idade da competidora, mas a sua disposição em encarar os desafios e rigores sobretudo das provas em mar aberto.
A nadadora só lamentou a ausência do seu técnico e grande amigo Márcio Latuf na festa desta terça-feira (26). É uma pena que eu não possa dividir com ele toda essa alegria. “Mas serei a primeira a abraçá-lo quando ele regressar ao País”, garantiu.
Por problemas de overbooking (prática recorrente das companhias aéreas, definida pela reserva de assentos em uma aeronave em número superior à capacidade desta), Ana Marcela viajou de volta ao Brasil sem a companhia do técnico Márcio Latuf, que tomou avião de volta ao Brasil 24 horas após o voo de regresso de sua pupila.
Ana Marcela Cunha, menina-prodígio da natação brasileira, atingiu o topo do mundo na madrugada de sábado (23), repintando de verde e amarelo os oceanos e mares da Terra. Bastou um terceiro lugar na prova da praia do Emirado de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, para que ele garantisse o título de campeã mundial de maratonas aquáticas de 10 km.
Mantendo-se no pelotão da frente durante toda a prova, Ana Marcela, que só precisava chegar duas posições atrás da vice-líder, a alemã Ângela Maurer, chegou junto das principais líderes terminando em terceiro lugar, o seu quinto pódio na temporada.
Maurer, a mais próxima adversária de Ana Marcela durante todo o Circuito, acabou ficando em quinto lugar nos Emirados. Ana, com a terceira posição, totalizou 138 pontos, contra 124 da experiente atleta germânica de 35 anos, campeã em 2008.
Sob a batuta do técnico Márcio Latuf, responsável direto por sua evolução técnica-atlética, Ana Marcela, ao longo de oito provas, saiu-se vencedora em duas: Santos, em janeiro, na abertura do Circuito, e Cancun, no México, há duas semanas, na penúltima etapa. Ana foi vice-campeã em Setubal, Portugal; terminou em terceiro em Lac Saint Jean, no Canadá; ocupou a quarta colocação em Viedma, na Argentina e Hong Kong, na China. Em Shantou, também na China, contratempos provocados por longos atrasos nos vôos, em decorrência de um tornado, impediram que ela fosse além de um nono lugar.
Ainda na temporada, em julho, no Canadá, ganhou a medalha de bronze na prova de cinco quilômetros do Campeonato Mundial da modalidade. Ana foi terceira colocada geral em 2008, ano em que foi a quinta dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em 2009, mesmo não competindo nas duas últimas etapas, ela obteve pontuação suficiente para outra vez ser a terceira geral, mas o regulamento da competição obriga o atleta a participar da última etapa para ser classificado no ranking final.