Egresso de pós-graduação da Unisanta conquista 1º lugar no Prêmio Educador Santista

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Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

O ex-aluno do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Santa Cecília (PPG EcoMar/Unisanta), Me. Guilherme Mendes de Andrade, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Educador Santista – Professora Sandra Freitas 2025. O reconhecimento evidencia experiências educativas inovadoras desenvolvidas na rede municipal. A cerimônia aconteceu no dia 25 de novembro e reuniu autoridades, educadores, equipes escolares e familiares.

A premiação foi concedida pelo trabalho realizado por Guilherme no projeto Inventores à Beira-Mar: Robótica Educacional, Sustentabilidade e RPG como Estratégias de Protagonismo Estudantil, que alia inovação pedagógica e práticas colaborativas, utilizando reaproveitamento de resíduos sólidos.

Com orientação da Profa. Dra. Luciana Guimarães, o educador trabalhou, com alunos dos 6ºs e 7ºs anos da UME Prof. Florestan Fernandes, os conceitos de tecnologia, criatividade e educação ambiental.

Na iniciativa, os estudantes interpretaram 20 personagens que buscavam a chamada “Tecnologia Perdida”, supostamente deixada por uma antiga civilização tecnológica na ilha fictícia que dá nome ao projeto. Sob a liderança do mentor, Professor Oceânico, os grupos avançavam na história à medida que solucionavam desafios propostos.

A cada etapa, os alunos eram estimulados a criar protótipos tecnológicos e a construir robôs funcionais movidos por bateria e controle com fio. Os equipamentos foram produzidos a partir de papelão descartado pela escola e materiais recicláveis, como tampinhas, palitos e latas de alumínio.

Guilherme explica que a ideia surgiu após uma formação da Seção Núcleo Tecnológico Educacional (Senutec), da Secretaria de Educação de Santos, onde teve contato com metodologias baseadas em Role-Playing Game (RPG). Ele percebeu que as narrativas poderiam favorecer autonomia e integração entre tecnologia e sustentabilidade.

“Percebi que poderia transformar a sala de aula em um ambiente de descobertas, investigação e protagonismo estudantil. Esse enredo serviu para que os alunos embarcassem em missões que envolviam desde a construção de carros e robôs assistentes até desafios ligados à sustentabilidade, como reciclagem, o não descarte de lixo no mar, a conservação da água, a metamorfose dos anfíbios, a importância das abelhas e outros temas ambientais”, pontua.

O professor lembra que a sua formação na Universidade Santa Cecília foi determinante para o desenvolvimento de um olhar crítico, interdisciplinar e sensível às relações entre sociedade e natureza. Ele acrescenta que o mestrado o ajudou a compreender que a pesquisa ecológica, quando conectada à educação básica, pode gerar impactos concretos na formação cidadã e na construção de práticas pedagógicas sustentáveis.

“A partir dessa base, desenvolvi projetos e artigos que unem robótica educacional, sustentabilidade e reaproveitamento de resíduos, fortalecendo minha atuação na rede pública e incentivando nos alunos uma postura mais consciente e responsável diante dos desafios ambientais que o planeta enfrenta”, comenta.

Guilherme ainda aborda que estudar no PPG EcoMar representou a concretização de um sonho. “Sempre tive grande paixão pelas ciências exatas, como a física, química e matemática, e buscava um espaço acadêmico onde pudesse articular esses conhecimentos e, ao mesmo tempo, explorar novos caminhos de pesquisa, para compreender processos ambientais e, principalmente, contribuir de forma concreta para o bem do planeta”, diz.

Ele acrescenta que a proposta interdisciplinar do programa foi decisiva em sua escolha, pois tinha “a possibilidade de investigar fenômenos ecológicos complexos com o olhar integrado das diferentes áreas da ciência, unindo rigor metodológico, sensibilidade socioambiental e compromisso ético”.

Desde sua formação em 2022, Guilherme vem integrando tecnologias educacionais e pesquisa ambiental em sua atuação na rede pública. Entre suas produções está o artigo Sustentabilidade em ação: experimentos pedagógicos com energia solar e robótica, além de outros estudos relacionados ao monitoramento ambiental, educação para a sustentabilidade e robótica educacional.

Ele expressa profunda gratidão à sua orientadora e aos docentes da Unisanta e afirma que a honraria recebida da rede municipal de Santos reflete diretamente a base sólida construída no programa de pós-graduação.

Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

“No instante em que chamaram meu nome como vencedor, senti uma alegria imensa e uma sensação de realização difícil de descrever. Fui tomado por uma vontade sincera de agradecer e de dividir aquele momento com todos que fizeram parte da minha trajetória. Receber os cumprimentos dos colegas e ver o Prof. Dr. Fábio Giordano ali na cerimônia tornou tudo ainda mais especial, já que tanto contribuiu para minha formação na Unisanta”, relata.

Guilherme também enfatiza a (importância da) Profa. Dra. Luciana Lopes Guimarães pelo rigor científico, sensibilidade e acompanhamento durante o mestrado, assim como do Prof. Dr. Landulfo Silveira Junior, que contribuiu para a consolidação metodológica da pesquisa. Ele ainda estende o prêmio aos demais docentes e colegas que colaboraram para sua formação acadêmica.

Reconhecimento que ecoa

O Prêmio Educador Santista, promovido pela Secretaria de Educação de Santos, valoriza práticas transformadoras desenvolvidas na rede municipal e em entidades da cidade. A edição de 2025 contou com duas etapas de avaliação: uma comissão interna selecionou os 19 finalistas, enquanto uma comissão externa definiu os vencedores de quatro categorias.

Na categoria Educador, reunindo professores da educação básica, professores adjuntos e educadores de desenvolvimento infantil habilitados em Pedagogia e/ou curso Normal/Magistério, os três primeiros colocados receberam viagens com acompanhante.

Após o anúncio da conquista, Guilherme relata que o prestígio foi recebido com entusiasmo pela comunidade escolar e que a repercussão positiva se estendeu ao dia seguinte. “Ao abrir a porta da escola e ser recebido por funcionários me dando parabéns, senti uma onda de alegria e pertencimento. Cada passo no pátio, sendo cumprimentado pelos colegas e pelos professores reforçou o quanto essa conquista é coletiva. Ver meu trabalho reconhecido ali, naquele lugar que faz parte da minha história diária, foi um momento que guardarei para sempre”, conta.

Agora, o professor acredita que o projeto pode inspirar outras iniciativas. “Quanto mais compartilhamos práticas, metodologias e reflexões, mais abrimos caminhos para que outros educadores adaptem, reinventem e ampliem essas ideias”, finaliza.