Atividade trouxe soluções para problemas do cotidiano, aliando tecnologia, design e aplicabilidade.

Na última quarta-feira, 17 de setembro, os alunos do 8º semestre do curso de Engenharia de Produção da Universidade Santa Cecília (Unisanta) apresentaram seus protótipos de produtos inovadores, desenvolvidos na disciplina de Tecnologia e Sistema de Informação, sob a orientação do Prof. Esp. Luis Fernando Bueno Maua.

A atividade prática teve caráter avaliativo e integrou conhecimentos de design de produto, prototipagem e análise de mercado, com o objetivo de solucionar “dores” reais enfrentadas pela sociedade.

“Os alunos aprendem modelagem, 3D, computação gráfica e a criar produtos de inteligência artificial justamente para desenvolver os produtos inovadores. Hoje foi a apresentação desses produtos, e tivemos ideias fantásticas que resolveram uma dor, problemas da sociedade, ecológico ou dos próprios estudantes”, explica o docente.

Todo o processo de desenvolvimento ocorreu no InovFabLab, o laboratório de inovação tecnológica da instituição. Os estudantes utilizaram ferramentas como Fusion 360 para modelagem e realizaram a impressão dos protótipos em impressoras 3D de alta performance.

O professor Sérgio Schina, responsável pelo setor, acompanhou de perto a execução prática dos projetos. “Esses projetos têm tudo a ver com o propósito do laboratório, que trabalha exatamente nisso, a inovação. Todos os alunos vinham com inúmeras ideias, e, muitas vezes, eram meio mirabolantes. Nós ajudávamos a botar o pé no chão, falar quais eram as possibilidades dentro do limite dos equipamentos, e orientamos para eles concretizarem as ideias”.

E ele complementa: “Eu sou um entusiasta nessa área, eu adoro a parte de inovação, tecnologia da engenharia. Nós sempre tentamos incentivar mais professores para trazer esse tipo de iniciativa, e o professor Mauá, como sempre, trazendo essas ideias maravilhosas para a gente poder trabalhar”, ressalta.

Soluções criativas com impacto real

Com o apoio de softwares e do laboratório de inovação da Unisanta, os alunos desenvolveram soluções com potencial de impacto em suas vidas e na sociedade. Entre os projetos apresentados, estava o Motohook, um suporte portátil para capacetes, criado por Matheus Figueiredo e seu grupo.

Segundo o estudante, a ideia surgiu da vivência diária dos próprios alunos, que enfrentam dificuldades para carregar capacetes após deslocamentos de moto. “Pensamos em criar algo que eles possam levar dentro da mochila, para quem passa o dia fora de casa, uma realidade de muitos nós, e ter a certeza de que vai ter um local adequado para deixar o capacete seguro e protegido”, conta.

Para garantir a eficácia da criação, a equipe realizou diversos testes para determinar a quantidade de peso que o produto suportaria. “Para assegurar que teria a capacidade física de sustentar o peso que a gente estabeleceu como premissa, imprimimos com cerca de 85% de densidade e, após isso, nós trabalhamos os testes físicos. Vimos que estava atendendo aquilo que a gente esperava e deixamos com uma margem para mais, para ter uma segurança ali”, explica o estudante.

Outro projeto apresentado foi um suporte de toalha para academia, desenvolvido por Julia Assumpção e sua dupla. O acessório, equipado com ímã e mosquetão, permite fixar a toalha em equipamentos ou mochilas, promovendo mais higiene e praticidade durante os treinos.

Já a equipe Rafael dos Santos Antunes e Vinícius Araújo desenvolveu uma chave com empunhadura ergonômica pensada para idosos com artrite ou artrose. A inspiração veio da realidade familiar: “Minha avó tem artrite e enfrenta dificuldade de manusear chaves, então, a gente buscou alternativas”, relata Rafael. “A gente viu que com isso [o projeto] eles conseguiriam usar com mais possibilidade, abrir portas e tudo mais, então seria um produto bem útil para todo tipo de idosos”.

Vinícius ressaltou a importância do estudo de mercado durante o processo: “Inicialmente, queríamos atender pessoas com paralisia cerebral, mas entendemos que a dor da realidade local seria essa. Eu acredito que, para a Engenharia de Produção, o estudo de mercado é primordial, então a dificuldade fez a gente achar a solução” explica.

Outras inovações

Além dos projetos citados, a classe apresentou outros protótipos para diferentes áreas e aplicabilidades, como:

• Escova de dente inteligente, com encaixe que permite o escoamento da água, evitando acúmulo de umidade;

• Suporte de copos flutuante para piscina, projetado para evitar tombamentos;

• Reservatório automático de irrigação, que promete manter plantas hidratadas por mais tempo sem intervenção manual;

• Vassoura robô modular, idealizada como base para futura automação;

• Lavadora portátil de frutas, voltada para consumidores que valorizam praticidade e higiene;

• Iluminador de bolsas, um pequeno módulo de luz que facilita encontrar objetos em ambientes escuros;

• Ventosa para capacete com suporte de câmera, ideal para esportes ou uso profissional.

Para o professor Maua, a atividade permitiu que os estudantes desenvolvessem produtos para o mercado. “Tem alunos que querem patentear essas ideias, pois, afinal, são problemas que eles têm no dia a dia e outras pessoas podem ter, e eles desenvolveram produtos que resolveram”, finaliza.