Estudo que aborda a qualidade ambiental de riachos na Baixada Santista e litoral norte de São Paulo é defendido nesta segunda-feira, 17/6

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A mestranda em Ecologia, Bruna dos Santos Alves, pesquisou, através da coleta da fauna de quatro bacias hidrográficas, como o habitat das espécies. Dentre os locais pesquisados, o riacho de Boiçucanga, em São Sebastião, foi o único com qualidade ruim.

Utilizando parâmetros como o consumo humano, atividade portuária, industrial, pesca, agricultura, lazer e ecoturismo, a mestranda em Ecologia, Bruna dos Santos Alves, estudou a qualidade ambiental de quatro bacias hidrográficas da Baixada Santista e litoral Norte para identificar como está a integridade biótica dos locais, ou seja, se a água é propícia para que espécies de faunas possam viver naquele determinado ambiente.

O trabalho “Índice de integridade biótica da ictiofauna das bacias hidrográficas da baixada santista e litoral norte do Estado de São Paulo”, que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos, foi defendido na manhã desta segunda-feira (17/6), pela aluna.

Bruna explica que,  durante o processo de pesquisa, primeiro foram coletados e identificados peixes das bacias hidrográficas de Itanhaém, do Rio Quilombo, localizado na área continental de Santos e do Litoral Norte, como os rios Una e Rio Boiçucanga, em São Sebastião. “Com os dados dos peixes, nós pegamos algumas informações como riqueza, abundancia, qual parte do rio aquele peixe habita, do que ele se alimenta. E com isso nós fizemos cálculos de parâmetros para montar o índice de integridade biótica”.

Em seus principais resultados, o índice demonstrou que a qualidade ambiental estava boa em três dos quatro riachos estudados. O riacho de Boiçucanga, apresentou uma qualidade ruim em suas águas, segundo Bruna, esse resultado condiz com o local em que a bacia se encontra. “É uma área mais desmatada, que tem mais ocupação humana, menos vegetação em volta e isso tudo influenciou os resultados das pesquisas. Em riachos onde havia mais mata e natureza, a integridade biótica era muito melhor”.

Os riachos que estavam localizados em áreas com moradias irregulares, com desmatamento, lixiviação do solo (dissolução e remoção de constituinte de rochas e solo)  e erosão nas margens dos rios, demonstraram em seus resultados a diminuição da entrada de matéria orgânica, o aumento da temperatura da água e a eliminação de espécies mais sensíveis que ali habitavam.

Segundo a mestranda, a forma que foi utilizada para montar o índice de integridade biótica da ictiofauna, é uma alternativa mais barata de ser trabalhada. “É basicamente uma forma de avaliar a qualidade da água, sem usar os parâmetros físicos e químicos usados no Estado de São Paulo, como PH, temperatura, oxigênio dissolvido”.

A defesa

Bruna defendeu sua dissertação no Consistório da Unisanta, para uma banca avaliadora composta por três profissionais da área, dois docentes da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e um docente convidado da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp). A banca foi composta pelos professores doutores Ursulla Pereira Souza e Profa. Dra. Helen Sadauskas Henrique, da Unisanta, e Fabio Cop Ferreira, da Unifesp.

A profª dra. Helen Sadauskas Henrique tem pós-doutorado através de um convênio internacional entre o INPA e a University of British Columbia – UBC (Vancouver-Canadá). Atualmente é professora permanente da Universidade Santa Cecília, onde orienta trabalhos científicos dentro do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos (PPG-ECOMAR).

Profa. Dra. Ursulla Pereira Souza possui experiência nas áreas de Zoologia e Ecologia, com ênfase em padrões de história de vida de peixes de água doce, abordando aspectos relacionados à distribuição, reprodução e ecologia trófica. Atualmente é Coordenadora e Docente do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos (PPG-ECOMAR) e Docente do Programa de Pós-Graduação em Auditoria Ambiental (PPG-AUD), ambos na Universidade Santa Cecília.

Ursulla possui mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e Pós-Doutorado (2012) junto ao Depto de Ecologia da Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro.

Fabio Cop Ferreira é professor adjunto na Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, campus da Baixada Santista, no Departamento de Ciências do mar. Tem atuado em Ecologia Quantitativa e Modelos Estatísticos aplicados à ecologia de populações e comunidades de peixes.

Possui graduação (2005), mestrado (2007) e doutorado (2011) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e pós-doutorado (2014) pelo Departamento de Ecologia na mesma instituição.