“O jornalismo tem uma enorme função social, que é de prestar serviço à sociedade, amplificar a voz de muita gente que não consegue ser ouvida”, assim Sérgio Vieira descreve a profissão que escolheu e exerce há 23 anos, período de muitas experiências e aprendizados, os primeiros destes, vivenciados na graduação, que, no caso do atual editor assistente da Revista IstoÉ, aconteceu na Universidade Santa Cecília, onde começou a entender o papel do jornalista: “Temos de ser essa voz e buscar sempre atender aos interesses da sociedade”.
Natural de Santos, Sérgio Vieira se graduou na Unisanta em 1998, na terceira turma do curso de Jornalismo da instituição: “Sempre gostei muito de ler e escrever e, desde muito jovem, já entendia que seguiria o caminho de contar histórias. Por conta disso, ingressar no Jornalismo foi uma escolha natural”, revela Vieira, que ainda comenta que a cidade de Santos, na época, possuía duas faculdades de Jornalismo, e o “jovem” curso da Universidade Santa Cecília o interessou mais, por questões tecnológicas e curriculares: “Fiz parte da turma que participou do início do trabalho da Santa Cecília TV, o que já mostrava uma grande oportunidade de trabalho para quem se formava”, relata o jornalista, exemplificando as razões de sua escolha.
Sérgio Vieira define seus quatro anos de ensino superior como: “inesquecíveis”. O santista lembra com carinho e admiração os docentes com quem conviveu, como: “Francisco La Scala, Fernando De Maria, Gerson Moreira Lima, Robson Bastos e tantos outros brilhantes profissionais”, que segundo ele: “Até hoje são importantes na minha formação”.
Foram muitos os momentos marcantes vividos por Sérgio durante os seus estudos na Unisanta, entre os quais ele descreve um acontecimento que rendeu frutos que vão ficar para a posteridade: “Em 1997, quando cursava o 3º ano da Faculdade, na madrugada de sexta-feira para sábado, no dia 8 de novembro, Santos viveu uma tragédia durante o show da banda Raimundos, no então ginásio do Clube de Regatas Santista, quando oito jovens, entre 14 e 20 anos, perderam a vida por conta da superlotação do espaço. Lembro que produzimos, nas primeiras horas do sábado, um jornal, com todas as notícias da tragédia que chocou o país, e distribuímos, durante a tarde, pela cidade. Foi o primeiro veículo impresso que chegou às mãos dos leitores sobre o assunto. Anos depois, em 2017, tive a felicidade de escrever o livro ‘Raimundos – o Show que Nunca Terminou’, que marcou os 20 anos da tragédia e trouxe detalhes do fato, depoimentos e fatos inéditos da tragédia”.
Os já citados 23 anos de experiência jornalística de Sérgio Vieira, que com 43 anos de idade já dedica mais da metade da sua vida à profissão, contam com passagens por diversos meios e veículos de comunicação, como TV Tribuna, Canal Rural, RedeTV!, Jornal Diário do Grande ABC (neste último, foi diretor de redação por cinco anos), além de experiências na área de assessoria, como coordenador do núcleo regional de imprensa da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo e chefe de imprensa da Prefeitura de Santos.
Sua integração à equipe da revista IstoÉ Dinheiro, a maior revista semanal de Economia do Brasil, pertencente à Editora 3, aconteceu em janeiro deste ano: “Comecei como repórter da editoria de Negócios e hoje sou editor-assistente da revista”, comenta Sérgio Vieira, que ainda relata: “Estou muito feliz com a oportunidade de contar histórias de empresas e grandes executivos, principalmente por conta da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19 e de quais os caminhos para a retomada da economia brasileira”.
A mais recente das dez matérias de capa que Sérgio já escreveu para a IstoÉ Dinheiro, publicada na edição de 30 de setembro, foi amplamente repercutida. Tratando do programa de trainees exclusivo para negros, feita pela rede varejista Magalu, fundada em Franca e gigante nacional no setor, a matéria exalta a ação afirmativa da empresa, contextualizando detalhadamente o desenrolar da situação, trazendo a opinião de especialistas, descrevendo a estrutura do Magalu (usando, inclusive dados numéricos), caracterizando suas lideranças e divulgando as razões que levaram a companhia a promover tal projeto. Outro diferencial da matéria de cinco páginas, muito bem escrita e visualmente agradável, foi a entrevista com a proprietária do Magalu, Luiza Helena Trajano, que segundo a Forbes, é atualmente a mulher mais rica do Brasil (8ª no ranking geral).
“Como jornalista negro, fiquei particularmente feliz em poder contar, nas páginas da revista, uma importante ação de política afirmativa. Entendemos que a iniciativa do Magazine Luiza, um marco no meio corporativo, merecia grande destaque na nossa edição e a reportagem foi escolhida para ser a capa da semana”, ressalta Sérgio Vieira.
Segundo ele, a reportagem sobre o Magalu gerou várias reações, desde a comoção com uma ação do gênero, elogios e apoio ao seu trabalho jornalístico (a própria Luiza Trajano exaltou o trabalho de Sérgio pelas redes sociais), até uma reprovação e hostilização de ações para inclusão como a feita pela empresa, o que, segundo o jornalista, é uma: “Clara postura de racismo estrutural”. Ele, porém, compartilha uma perspectiva otimista sobre o caso: “O lado bom disso tudo é que cada vez mais a população vem entendendo a necessidade da implementação de correções históricas e de políticas afirmativas para que possamos chegar perto de um mundo mais igualitário”, destaca o santista.
Por fim, o experiente (e ainda jovem) Sérgio Vieira, dirige uma mensagem a todos os futuros profissionais da imprensa: “Não se esqueçam nunca de lembrar que somos porta-vozes da população. Temos um dever social de mostrar os fatos, ouvir todos os lados e dar elementos para que o cidadão possa fazer sua conclusão. O jornalista representa um dos pilares mais importantes de uma sociedade democrática”, conclui Sérgio, sabiamente seu raciocínio.