A equipe da Unisanta realizou cerca de 72 oficinas que abordaram direitos humanos, cultura, educação e saúde.
“Estamos com a alma repleta da certeza de termos cumprido com excelência a missão que nos foi confiada”. Foi com essa frase que o Prof. Dr. Daniel Siquieroli Vilas Boas, coordenador do Rondon na Universidade Santa Cecília (Unisanta), definiu a participação da equipe no Projeto Rondon – Operação Amazônia, realizado no município de Tabatinga/AM.
Em mais de 20 dias de missão, foram capacitadas 6.704 pessoas em 72 oficinas, enquanto mais de 300 mil ouvintes foram alcançados pelas rádios locais com conteúdo educativos produzidos pelos rondonistas. O que os números não traduzem, no entanto, é o que ficou na memória e no coração de cada pessoa envolvida.
“Em muitos casos, o que mais marcou não foi apenas o conteúdo técnico, mas o sentimento de valorização que a comunidade expressou ao perceber que profissionais e estudantes viajaram milhares de quilômetros para compartilhar conhecimento e ouvir suas necessidades”, comenta Daniel.
A conexão humana, feita de escuta, respeito e troca de saberes, aconteceu logo no primeiro dia, com a chegada dos estudantes e docentes. Com uma recepção calorosa, a equipe foi acolhida pela população de Tabatinga, que demonstrou curiosidade e gratidão pelo trabalho dos rondonistas.
“Muitas lideranças comunitárias participaram ativamente das oficinas e ajudaram na mobilização, o que facilitou a integração. Além disso, a diversidade cultural da cidade, que reúne brasileiros, colombianos e peruanos, proporcionou um ambiente muito rico para a troca de saberes e experiências”, relembra o docente.
As ações educativas abordaram diversas áreas, como direitos humanos, cultura, educação e saúde, sempre com foco no desenvolvimento local sustentável e na melhoria da qualidade de vida da população.
Com a diversidade cultural da cidade, que reúne comunidades indígenas, brasileiros, colombianos e peruanos, os alunos conviveram em um ambiente rico que proporcionou a troca de saberes e experiências. Por outro lado, houve alguns desafios enfrentados pela equipe, como a adaptação de linguagens e a logística de toda a viagem.
“A barreira linguística em alguns momentos, devido à presença de comunidades indígenas e estrangeiras, exigiu criatividade na comunicação, recorrendo a recursos visuais e dinâmicas participativas”, explica o docente.
A equipe precisou lidar com uma logística complexa, que dependia de condições climáticas, e cuidados redobrados com a saúde e a hidratação. Porém, a experiência trouxe muita bagagem para a vida e carreira.
“As conexões geradas ao longo do projeto são uma das coisas mais maravilhosas para mim. Com elas, aprendi muito, tanto em questão acadêmica como pessoal. A troca de cultura entre os diversos Estados é algo tão rico e importante, que não podia deixar de mencionar, conhecer outras realidades dentro do nosso país e ver um Brasil diferente do que vemos todos os dias”, ilustra Pedro Motta Cappra, estudante do 2º ano de Relações Internacionais e Direito.
De acordo com Daniel, diversas habilidades foram desenvolvidas nos aspectos profissional e humano, como comunicação, liderança, trabalho em equipe, empatia, resiliência, consciência social e adaptação a diferentes contextos da realidade.
“Indo para lá você acaba tendo uma visão de mundo expandida, entendendo outras realidades, outros problemas, e isso acaba sendo fundamental não só para as pessoas da minha área como para as pessoas no geral”, ressalta o aluno. “É uma vivência que transforma a visão de mundo e reforça o compromisso ético com a profissão”, complementa prof. Daniel.
Frutos para o futuro
A preparação da equipe envolveu semanas de estudo, treinamentos prévios sobre a realidade socioeconômica, cultural e questões ambientais da região e da Amazônia. Além disso, foram realizadas oficinas internas para a adequação de linguagem e metodologias às diferentes faixas etárias e perfis de público “Houve um cuidado especial em respeitar e valorizar os saberes tradicionais, construindo as atividades de forma participativa”, explica o coordenador do projeto.
A experiência da Unisanta no Projeto rendeu bons frutos, gerando impacto direto na comunidade, com a construção de networkings com órgãos municipais, escolas, associações de moradores e instituições de saúde, que manifestaram interesse em manter o relacionamento. “Isso abre caminho para fortalecer ainda mais o vínculo entre a universidade e a comunidade local”, ressalta o docente.
Ao retornar para casa, todos voltaram com a certeza de que a educação, quando feita com propósito, tem o poder de atravessar fronteiras. “É fundamental, ela transforma as pessoas, dá oportunidades de realizar mudanças significativas na vida”, finaliza Pedro.
Operação Amazonas – A Operação Amazonas contou com a supervisão do Prof. Dr. Daniel Siquieroli Vilas Boas e da Profa. Dra. Cláudia de Oliveira. Integraram a equipe os alunos:
- Adriely Santana – Fisioterapia, 5º ano
- Anna Beatriz Serrat Mees – Relações Internacionais, 2º ano
- Henzo Lima Teixeira – Dupla graduação em Direito (1º ano) e Relações Internacionais (2º ano)
- Jesús Flores – Relações Internacionais, 1º ano
- Lais Arnold de Sousa – Biomedicina, 3º ano
- Mislane Silva – Fisioterapia, 3º ano
- Pedro Motta Cappra – Dupla graduação em Relações Internacionais e Direito, 2º ano
- Rafaella Stazione – Direito, 3º ano