Pesquisa em Santos revela os principais fatores de risco e perfil de pacientes infartados

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29 de setembro – Dia Mundial do Coração

Foram analisados 104 pacientes internados na Santa Casa de Santos, pós-infarto agudo do miocárdio. De acordo com pesquisa, o perfil predominante dos pacientes infartados é: do gênero masculino (73,1%), de etnia caucasiana (brancos) (59,6%) e média de 62 anos de idade. Entre os dados: 68,3% da amostra tinham hipertensão arterial sistêmica e 60,6% não realizavam nenhum tipo de atividade física. Tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas também estão entre principais incidências.

Considerado o maior problema de saúde pública no mundo e a primeira causa de mortes no Brasil, o Infarto Agudo do Miocárdio foi tema de artigo publicado pela fisioterapeuta Dra.Caroline Simões Teixeira, Diretora da Área de Saúde da Universidade Santa Cecília (Unisanta). O artigo foi publicado recentemente e faz parte da primeira edição da revista científica eletrônica Unisanta Health Science. A pesquisa teve a colaboração do prof. ms. Ivan dos Santos Vivas, docente do curso de Fisioterapia da Unisanta.

Caroline realizou uma pesquisa com o objetivo de determinar a prevalência de fatores de risco em pacientes que sofreram infarto, mostrando também a diferenciação dos mesmos entre os gêneros feminino e masculino. Para esta análise, foi realizado um estudo com 104 voluntários internados pós-infarto, na Santa Casa da Misericórdia de Santos, num período de cinco anos.

“Os pacientes foram avaliados por meio de um questionário, no qual foram coletadas informações de antecedentes pessoais e hábitos de vida. Também foram verificados a altura e peso do indivíduo a fim de traçar o índice de massa corpórea para avaliação do grau de obesidade”, afirmou a fisioterapeuta.

A pesquisa- De acordo com pesquisa, o perfil predominante dos pacientes infartados é: gênero masculino (73,1%), de etnia caucasiana (brancos) (59,6%) e média de 62 anos de idade.O estudo identificou também que o antecedente pessoal mais prevalente foi a hipertensão arterial sistêmica, em 68,3% dos voluntários ou seja, mais da metade da amostra.

Em relação aos hábitos de vida dos pacientes, a pesquisa concluiu que 60,6% não realizavam nenhum tipo de atividade física, destacando o sedentarismo como principal fator de risco relacionado aos hábitos pessoais justificando assim a média do IMC dos pesquisados maior que o esperado, classificada em obesidade leve. Outros dados significantes encontrados foram: 38,5% dos pesquisados eram fumantes, 36,5% ex-fumantes e 43,3% faziam ingestão de bebidas alcoólicas.

Na comparação entre os gêneros feminino e masculino, foi possível observar diferença significativa nas mulheres nos fatores dislipidemias, que significa um aumento da taxa de lipídios (gordura) no sangue (57,1%), diabetes melitus (46,4%) e doença vascular periférica (32,1%). Já nos homens, predominam a ingestão de álcool (52,6%) e o tabagismo (43,4 fumantes e 39,5% ex-fumantes).

“Com esta comparação, pode-se concluir que nas mulheres os fatores de risco mais predominantes se dão por conta de todas as alterações hormonais. Já entre os homens, o prejudicial estilo de vida, com a ingestão de álcool e o tabagismo, aumentam o risco ao problema”, diz a pesquisadora.

Caroline lembra que no Brasil as doenças cardiovasculares representam a primeira causa de morte, de acordo com pesquisas, sendo responsáveis por, em média, 31% dos óbitos por causas conhecidas, principais alocações de recursos públicos em hospitalizações, motivo de permanência hospitalar prolongada e vêm sendo um obstáculo para as autoridades de saúde pública por serem doenças crônicas de difícil prevenção e alto custo social.

“A projeção para o ano de 2020 é de que 40% das mortes estarão relacionadas à doença arterial coronariana, sendo o infarto agudo do miocárdio a principal causa”.

Segundo ela, foi este o motivo da realização da pesquisa, alertar sobre os fatores de risco que geram e doença e, consequentemente, fornecer dados para realizar tratamentos preventivos mais precisos. “Temos que traçar estratégias de prevenção, conscientização das pessoas e programas de reabilitação para tal população, a fim de buscar a redução dos índices de doenças cardiovasculares, dentre elas, o infarto agudo do miocárdio”, conclui.

Dia Mundial do Coração – Nesta sexta-feira, 29 de setembro, comemora-se o “Dia Mundial do Coração”, data instituída pela Federação Mundial do Coração anos atrás para encerrar o mês dedicado, na maioria dos países, à prevenção das doenças cardiovasculares.