Nadadora da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), de Santos, Ana Marcela Cunha, menina-prodígio da natação brasileira, atingiu o topo do mundo na madrugada deste sábado (23), repintando de verde e amarelo os oceanos e mares da Terra. Bastou um terceiro lugar na prova da praia do Emirado de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, para que ele garantisse o título de campeã mundial de maratonas aquáticas de 10 km.

Mantendo-se no pelotão da frente durante toda a prova, Ana Marcela, que só precisava chegar duas posições atrás da vice-líder, a alemã Ângela Maurer, chegou junto das principais líderes terminando em terceiro lugar, o seu quinto pódio na temporada.

Maurer, a mais próxima adversária de Ana Marcela durante todo o Circuito, acabou ficando em quinto lugar nos Emirados. Ana, com a terceira posição, totalizou 142 pontos, contra 124 da experiente atleta germânica de 35 anos, campeã em 2008.

Aos 18 anos, Ana Marcela, como campeã do mundo, repete o feito de Poliana Okimoto em 2009. Mais que isso, mostra uma regularidade incrível nesta desgastante e extensa maratona de provas. Ela já havia sido terceira colocada no ranking final de 2008 e estava em segundo lugar no ranking do ano passado quando adoeceu e ficou de fora das duas últimas provas.

Sob a batuta do técnico Márcio Latuf, responsável direto por sua evolução técnica-atlética, Ana Marcela, ao longo de oito provas, saiu-se vencedora em duas: Santos, em janeiro, na abertura do Circuito, e Cancun, no México, há duas semanas, na penúltima etapa. Ana foi vice-campeã em Setubal, Portugal; terminou em terceiro em Lac Saint Jean, no Canadá; ocupou a quarta colocação em Viedma, na Argentina e Hong Kong, na China. Em Shantou, também na China, contratempos provocados por longos atrasos nos vôos, em decorrência de um tornado, impediram que ela fosse além de um nono lugar.

Ainda na temporada, em julho, no Canadá, ganhou a medalha de bronze na prova de cinco quilômetros do Campeonato Mundial da modalidade. Ana foi terceira colocada geral em 2008, ano em que foi a quinta dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em 2009, mesmo não competindo nas duas últimas etapas, ela obteve pontuação suficiente para outra vez ser a terceira geral, mas o regulamento da competição obriga o atleta a participar da última etapa para ser classificado no ranking final.