Ao menos pelos próximos 15 anos, o voleibol, brasileiro estará ocupando um lugar no pódio nas principais competições internacionais. A afirmação partiu do presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, o advogado e ex-jogador da modalidade, que esteve na Universidade Santa Cecília (UNISANTA), proferindo palestra, sob o tema o Esporte como Indústria, título extraído de um livro seu, em parceria com o economista Istvan Karoly Kasznar.
A previsão otimista do dirigente é totalmente baseada nas mais recentes performances das seleções nacionais, números estatísticos muito bem fundamentados e em uma estrutura profissional das mais sólidas, introduzida na entidade à qual dirige.
Para chegar a essa conclusão, Ary Graça Filho tem entre suas bases o fato de as seleções nacionais femininas e masculinas de voleibol de quadra e de duplas femininas e masculina de voleibol de praia terem ocupado por mais de 80 vezes posições no pódio, sendo que em mais da metade delas figurou na primeira posição e, em outras tantas, na segunda.
O dirigente, falando para alunos da Faculdade de Educação Física e Esportes (FEFESP), da UNISANTA, atletas de voleibol do Santos FC e um bom número de esportistas da região e até mesmo da Capital, frisou que “o voleibol brasileiro dispõe hoje de uma estrutura que lhe permite uma reposição constante de peças, sem queda de qualidade física, tática e, principalmente, técnica”.
“Desde a base – afirmou Ary Graça Filho -, temos procurado dotar nossos atletas dos requisitos básicos para que possam competir em condições de igualdade com as mais poderosas forças do voleibol mundial”.
O voleibol brasileiro, figurando entre os três esportes de maior apelo popular – futebol e basquete seriam os outros dois – trabalha desde a administração de Carlos Arthur Nuzmann (hoje, presidindo o Comitê Olímpico Brasileiro/COB), com o foco voltado para a montagem e manutenção de uma estrutura profissional, capaz de encarar o esporte como um fator também econômico.
“O esporte exporta nossos melhores atletas e com isso gera divisas. Dado o custo relativamente baixo da Educação Física, aplicar verbas públicas em atividades que desenvolvam novos atletas de alto potencial é social e economicamente altamente viável”, destaca o dirigente.
Além disso, segundo ele, o CBV tem buscado parcerias com empresas privadas, oferecendo um custo-benefício bastante compensador para ambos os lados. “A evolução do esporte faz dele uma indústria capaz de gerar milhões de dólares e incentivando o investimento nas mais distintas áreas profissionais de apoio”.
Para Ary Graça Filho, que após a palestra no Auditório do Bloco E da UNISANTA, percorreu as dependências esportivas da instituição, ficando impressionado com o que viu, “incentivar os esportes é questão de bom senso. Além do mais, trata-se de uma política justa e coerente com o engrandecimento nacional e um meio de oferecer dignidade empregatícia ao brasileiro”.
Presentes à palestra do dirigente da CBV, o presidente da Federação Paulista de Voleibol, Renato Pêra; o ex-jogador olímpico de voleibol e professor da Fefesp, Negrelli; os também ex-jogadores da seleção brasileira adulta de voleibol e alunos da Fefesp, Cidão e Léo, e o pro-reitor comunitário da UNISANTA, professor Aquilino Vasquez, entre outros. Os trabalhos foram dirigidos pelo diretor da Fefesp, professor Antônio Jorge Nóbrega, também presidente da Liga Santista de Voleibol.