Mesmo recuperando-se de uma forte infecção na garganta, que chegou a impedi-lo de treinar regularmente durante toda a semana, Luiz Lima, nadador da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), não perde o ânimo e quer repetir, neste domingo (30), o desempenho registrado na primeira etapa do Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi, maior competição em águas abertas realizada no Brasil. Vencedor na abertura, em 25 de setembro último, Lima garante ser “uma honra” encarar o desafio de superar os 6,5 quilômetros entre o Ilha Porchat Club, em São Vicente, e o Aquário Municipal de Santos, na Ponta da Praia. “Tive febre alta nos últimos dois dias, mas já estou me recuperando”, ressalta
“Desta vez, além dos melhores colocados da etapa anterior, vou ter pela frente os líderes do ranking nacional de Águas Abertas, Guilherme Bier e Glauco Rangel. Vou ter me desdobrar, mas já os enfrentei em outras oportunidades e espero poder acompanhar o ritmo que, certamente, eles tentarão impor à prova”.
O Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi é uma realização Universidade Santa Cecília (UNISANTA), com organização da Presença. Arbitragem e supervisão técnica estão a cargo da Federação Aquática Paulista. O árbitro geral é Igor de Souza, da Federação Internacional de Natação (FINA).
Na água serão 36 mulheres e mais 74 homens. Esses atletas representarão 25 entidades, entre clubes, academias, instituições de ensino e unidades militares, de Santos, Capital, ABC, Interior, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
VELHO CONHECIDO – Glauco Rangel, nadador do Clube Atlético Paulistano e atual campeão paulista de maratonas aquáticas, é um velho conhecido de Luiz Lima. “Já estivemos competindo várias vezes”. E esse confronto se mostra francamente favorável ao nadador da UNISANTA.
Nos Jogos Abertos, em Botucatu, na prova dos 1.500 metros nado livre, Luiz ficou com o ouro, deixando Rangel em segundo. E, há cerca de um ano, no Rio de Janeiro, eles protagonizaram uma disputa braçada a braçada, na tradicional Travessia dos Fortes, entre Copacabana e o Leme.
Na oportunidade, Luiz Lima sagrou-se tricampeão, ao marcar 41m47s, em uma chegada emocionante com Glauco Rangel, na época nadando por Santo André, que fez 41m48s.
Para a disputa deste domingo (30). Luiz Lima garante não ter uma estratégia especial. “Independente de quem tenha de enfrentar, procuro sempre fazer o meu papel e buscar o melhor desempenho possível. Minha única preocupação é não deixar que nenhum deles se desgarre e abra uma vantagem intransponível”.
No feminino, pode ocorrer a repetição de uma disputa semelhante, já que a campeã da primeira etapa da Travessia, Monique Ferreira, da UNISANTA, terá de encarar, mais uma vez, a russa Natalya Yakovleva, do Minas Tênis, outro grande destaque inscrito.
Na Travessia dos Fortes, Monique Ferreira, também da Unisanta, nadou pela primeira vez em Copacabana e ganhou a prova com 44m56. Maria da Penha Cruz, da Aert do Espírito Santo, ficou com o segundo lugar (45min), seguida por Natalya Yakovleva, com 45m05.
DOTAÇÃO – Esta etapa com dotação de R$ 5 mil, quantia ser distribuída entre os cinco melhores colocados das categorias masculina e feminina. Os campeões feminino e masculino receberão R$ 1 mil cada: vice-campeões, R$ 600,00, cada; terceiros colocados, R$ 400,00, cada; quartos colocados, R$ 300,00, cada, e quintos colocados, R$ 200,00, cada.
Da terceira etapa, a ser realizada no dia 4 de dezembro, na distância de 15 a 20 quilômetros, ainda na Baía de Santos, tomarão parte apenas os 32 melhores desta segunda etapa. Da quarta e última, apenas de oito atletas, no máximo, extraídos da terceira etapa, terão o privilégio de competir na distância de 30 a 42 quilômetros, compreendidos entre a Laje de Santos e a Baía de Santos. Isso no dia 26 de janeiro de 2006, aniversário da Cidade de Santos.
DICAS – O psicólogo da seleção brasileira de natação e professor da Faculdade de Educação Física e Esporte (Fefesp), da UNISANTA, João Carlos de Barros, dá algumas dicas para aqueles que estarão participando da etapa deste domingo (30). “Como a ansiedade pode provocar uma sensível queda de rendimento, recomenda-se que o atleta tome algumas precauções. O mais importante é que ele estabeleça pontos de referência entre a largada e a chegada, pois a desorientação no mar desestabilizará seu ritmo de nado, impedindo que ele consiga desenvolver todo o seu potencial. Um ritmo sem oscilações é fator preponderante em provas do gênero”.
Ele diz ainda que, na noite anterior, para que o atleta tenha boas horas de sono, evite comidas pesadas, gordurosas ou ácidas, que, somadas à tensão emocional, poderão provocar desarranjos gástricos. “Da mesma forma, é importante uma boa hidratação”.
Controlada a ansiedade, estabelecidos pontos de referência, feita a hidratação e seguindo-se as orientações quanto à alimentação, o nadador só terá que se preocupar em seguir sua estratégia de competição, lembrando apenas que é importante não perder de vista aqueles que costumam nadar frente do pelotão desde o princípio. O distanciamento em relação aos líderes poderá potencializar os fatores de ansiedade e comprometer o desempenho.
Criado com a finalidade de homenagear uma das mais notáveis nadadoras de águas abertas do mundo, Renata Agondi, o Projeto Travessia Oceânica Laje de Santos/Renata Câmara Agondi é uma realização Universidade Santa Cecília (UNISANTA), com organização da Presença e apoio do Sistema A Tribuna de Comunicação, Governo do Estado de São Paulo (Secretaria de Estado da Juventude e Esportes), Prefeitura Municipal de Santos (Semes e CET), Capitania dos Portos de São Paulo, 17o. Grupamento de Bombeiros, Parque Marinho Laje de Santos, Engeplus, Bandeirante Emergências Médica (BEM). Energil Bebidas Energéticas, Ilha Porchat Clube, Power e Estrada Transportes. O Hotel Avenida é o hotel credenciado pela Comissão Organizadora para hospedar os atletas vindos de outras cidades e estados.