A nadadora Joanna Maranhão, da Natação Unisanta, conversou com os alunos das categorias petiz, infantil e juvenil nesta quinta-feira (30). Presente em quatro Olimpíadas, além de oito medalhas Pan-Americanas conquistadas, a atleta falou sobre etapas da sua vida: superação, depressão, abuso sexual, além das dificuldades em estudar e competir ao mesmo tempo.
Atleta desde criança, Joanna conquistou sua primeira medalha aos sete anos, um bronze, com apenas três atletas participantes e a história de superação vem desde o seu início. A nadadora tem hoje 29 anos e segue competindo, sem estimativa de parar.
“Meus pais comemoraram muito. Falaram ao meu pai o porquê da comemoração se eu havia ficado em último e ele disse que estava comemorando porque fiquei em terceiro lugar. Então, tudo é questão de perspectiva”, comentou a nadadora.
Joanna falou ainda sobre a saudade de casa, principalmente quando passou semanas no México e no Japão, além de outros lugares do mundo, longe da família.
Em 2008, a depressão, na época das Olimpíadas de Pequim, na China. A nadadora, comentou com os alunos sobre os 11 anos que ficou lutando para melhorar o seu tempo e o quão importante foi bater esse recorde pessoal, sobre o triste episódio durante um tempo da sua vida e também sobre o abuso sexual que sofreu com um ex-treinador. Ela aconselhou os novos atletas sobre os cuidados com abusos online e bullying.
Conciliar a parte acadêmica com a vida de atleta é uma das grandes dificuldades de muitos dos esportistas brasileiros e com Joanna Maranhão não foi diferente.
“Eu levei nove anos para me formar em Educação Física, devido aos campeonatos que disputava. Comecei em 2005 e fui terminar apenas em 2014. Nunca fui a um passeio de escola por causa das competições, mas tive grandes amigas que me ajudaram. Sozinhos não chegamos a lugar nenhum, e, como atletas, vocês devem saber que sempre terão que abrir mão de alguma coisa”, afirmou Joanna.
A nadadora olímpica respondeu às perguntas dos alunos e ressaltou a importância da Unisanta em seu “retorno” às piscinas. Joanna disse ainda que somente o Santa consegue unir o esporte e estudos, com uma boa estrutura.
“Depois das colocações nos Jogos Rio 2016, da qual me orgulho muito, mesmo sem ir para a final, eu e alguns nadadores fomos esquecidos e tenho muita gratidão pela Unisanta me trazer de volta a vontade de nadar. Essa família que é aqui me deixa muito feliz. Vocês, que são novos, têm algo que ninguém no Brasil possui, que é uma boa estrutura para nadar e estudar no mesmo local. Aproveitem ao máximo”, concluiu a pernambucana.
Joanna Maranhão volta aos treinamentos, com foco no Troféu Maria Lenk 2017, que acontece no Rio de Janeiro, em maio. Esta é a última oportunidade para os nadadores garantirem vaga no Mundial de Budapeste, em julho.
Projeto Crescendo e Aprendendo
Essa atividade faz parte do Projeto Crescendo e Aprendendo, realizado pela professora e psicóloga Luara Lobo.
“A psicologia infantil é importante para ensinar os atletas, que aprendem sobre o funcionamento do corpo, a consciência corporal, o controlar suas emoções nas situações em que eles apresentam mais dificuldades. É importante eles terem consciência disso, pois, quando chegam na categoria adulta, eles têm mais controle disso”, explicou Luara.