É um grande encontro em prol da Cultura e representa muito bem a Baixada Santista em questão do incentivo a leitura. Assim definiu a presidente da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Lúcia Maria Teixeira Furlani, em relação ao Encontro Anual do Proler/BS-UNISANTA, realizado nesta quarta-feira (18) e amanhã (19). “A leitura é essencial para formação de cidadãos e é através de eventos e parcerias como estas que isso se torna possível”, completou a reitora da UNISANTA, Silvia Ângela Teixeira Penteado. O evento é no Auditório do Bloco E, com entrada pela Rua Cesário Mota, número 8.
Para o diretor de difusão da editora Paulus, padre Valdecir Pereira Uveda, o mais importante desta parceria, com o Proler e a UNISANTA, é facilitar o acesso aos livros àqueles que não têm condições. “É preciso educar as crianças e ensiná-las a entrar no mundo da leitura”, disse o padre Valdecir Uveda.
Para abrir o evento foi exibido um vídeo com histórias reais de como o livro pode transformar vidas, com depoimentos de profissionais da área e também de crianças. E como disse, no vídeo, o coordenador do projeto Alfabetização Solidária, João Alberto Paschoa, o livro é uma forma de viajar sentado, de voar com os pés no chão.
Após a apresentação do vídeo foram entregues os prêmios Proler Comunidade e Proler 2006. O primeiro é destinado ao melhor projeto não governamental, destaque na região. O ganhador foi o Café com Letras, da Associação de Mantenedores Beneficiários da Petros. Já o projeto Contadores de História, de Praia Grande, ganhou o troféu Proler 2006, que é para o melhor projeto desenvolvido dentro de escolas. Para a coordenadora do projeto, Christina Aparecida, esse troféu é o reconhecimento do trabalho desenvolvido, há seis anos, nas escolas do município. “Cada ano escolhemos temas diferentes para desenvolvermos com as crianças através da leitura, como violência, meio ambiente e idoso”, explicou Chistina Aparecida. “Acredito que a leitura é uma das coisas mais importantes e abre um leque de idéias e imaginação”, completou a coordenadora do projeto.
Concorreram aos troféus 15 projetos: Intercâmbio de correspondências, do Guarujá; Turma da Mônica, de Itanhaém; Jornal Mural – Expresso Elza, de Praia Grande; Ler é viver, de São Vicente; Pedagogia Comunitária, de Praia Grande; Quem conta um conto, aumenta um conto, de Praia Grande; Fala aí! Porque quem cala consente, de Santos; Café com Letras, da Associação de Mantenedores Beneficiários da Petros; Biblioteca Ativa, de Mongaguá; O alvo do aprendiz, de Santos; Incentivo à literatura infantil para uma educação de valores, de Santos; Contadores de História, de Praia Grande; Teatro de Sombras: Folclore no Mangue, de Cubatão; Cantando Cecília Meireles, de Praia Grande e Contadores de História, de Praia Grande.
Em seguida Silvia Costa, coordenadora pelo programa sócio-cultural-educativo Jornal, Escola e Comunidade desenvolvido pelo jornal A Tribuna, foi homenageada pelo Proler. “É o reconhecimento de um projeto voltado para comunidade que existe desde 1992. Esta homenagem não é para mim, mas sim para todas as pessoas envolvidas neste projeto, que transforma o jornal em um instrumento de incentivo a leitura”, disse Silvia Costa.
Segundo a assessora de coordenação nacional do Proler, Nana Valente Soutinho, a premiação é importante, pois ajuda a divulgar projetos que merecem ser reconhecidos pelo trabalho que desenvolvem. “O Proler completa, em 2007, 15 anos de história e é um dos maiores projetos de voluntariado de incentivo a leitura do país. O da Baixada Santista, junto com a UNISANTA, é um dos mais antigos do país, com 12 anos”, disse Nana Valente Soutinho.
Após a entrega dos prêmios foi realizada a palestra Questões de Leitura, com Sírio Possenti, mestre e doutor em Lingüística e Livre docência em Análise do Discurso pela UNICAMP. Durante a palestra, Sírio Possenti falou a respeito dos diferentes olhares que abordam a questão da leitura e das diferentes interpretações que o leitor, seja criança, jovem ou adulto, pode ter ao ler um texto poético ou técnico.
Segundo Possenti, o trabalho que o Proler desenvolve é bem interessante e importante para a formação de novos leitores. “Mas se pudesse escolher, preferiria que projetos como esse não fossem necessários. Eles só existem por uma falha das escolas, que não conseguem incentivar a leitura de maneira correta”, disse o palestrante.