Por conta do intercâmbio internacional mantido há oito anos entre a Faculdade de Engenharia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) e o Institut Nacional des Sciences Appliquées (INSA) de Toulouse, na França, na área de Microeletrônica, os alunos das várias habilitações de Engenharia Elétrica têm sido indicados ao Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP para concorrer a vagas de Iniciação Científica e de Mestrado daquela Instituição.
Segundo o professor Djalmir Corrêa Mendes, coordenador pela UNISANTA do estágio em Toulouse, “os alunos que passam pelo curso do INSA têm obtido excelente desempenho no programa de iniciação científica do LSI/USP, fator de grande importância para a aceitação na etapa seguinte de qualificação acadêmica, no curso de Mestrado”. Seis alunos graduados no Santa Cecília já foram admitidos no mestrado da LSI/USP, acrescenta o professor.
Mendes afirma, ainda, que o estágio tem aberto portas de trabalho para os estudantes de Engenharia. Ele cita, como exemplo, o investimento profissional feito por uma empresa, ao encaminhar seu funcionário – um dos alunos que esteve em Toulouse – para fazer um curso de aperfeiçoamento na Alemanha.
De acordo com docentes da Divisão de Microssistemas Integrados da Póli/USP, “as turmas da UNISANTA que passam pelo Laboratório de Sistemas Integráveis são muito bem sucedidas e interessadas. O diferencial dos alunos é já possuir uma visão mais próxima do que é a fabricação de um circuito integrado, graças ao estágio em Toulouse”, afirmam.
Oportunidade – Desde o início do intercâmbio internacional entre o INSA e a UNISANTA, já participaram do estágio mais de 80 alunos de Engenharia. Segundo Mendes, a Santa Cecília é a única universidade estrangeira credenciada naquele instituto francês. Entre os meses de junho e julho, será enviada a Toulouse a oitava turma de estudantes. Seis meses antes de embarcar, os alunos recebem uma preparação teórica na Universidade, em duas aulas semanais.
Durante uma semana, o grupo tem aulas no Atelier Interuniversitário de Microeletrônica (AIME) do INSA, onde também participam do processo de construção de um circuito integrado.
Sala Limpa – Na França, os estudantes fazem pesquisas e acompanham todas as etapas da fabricação de chips, contendo desde transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício de aproximadamente 0,3 milímetros. Toda a atividade é desenvolvida num local especialmente preparado para estar livre de impurezas, denominado “sala limpa”, composta de três compartimentos. Dentre as medidas tomadas para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho” que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a normal.
No Brasil, explica o prof. Mendes, existem poucos laboratórios como esse, voltados principalmente para a área de pesquisas, enquanto que as instalações do AIME, de Toulouse, combinam também a utilização permanente na aprendizagem pelos alunos.
Conferência Internacional – A atividade realizada em Toulouse será apresentada na Conferência Internacional de Educação em Engenharia e Computação – ICECE 2003, marcada para o período de 16 a 19 de março, na Universidade Santa Cecília. O trabalho, de autoria dos professores Djalmir Mendes; Aureo Pasqualeto Figueiredo, diretor da Faculdade de Engenharia; e Jean Louis Noullet, do AIME, tem como tema Processo didático na fabricação do chip MOS para estudantes de Engenharia da UNISANTA.