O valor da cesta básica interrompeu o período de queda e sobe 0,21% em relação ao mês de agosto, com várias oscilações nos preços individuais na cesta.
A cesta básica utilizada é a oficial e constante do Decreto-Lei n.º 399 de 30 de abril de 1938, o qual regulamentou a Lei nº 185, de 14 de janeiro de 1936, ambos vigentes até o momento. Vide Quadro I correspondente à região de São Paulo.
Pesquisa de locais de compra
Foram identificados na pesquisa de orçamento familiar – POF – os locais de incidência de compra dos produtos, também chamados de hábitos de compra dos consumidores. Determina-se, então, a participação de cada local de compra, para cada um dos itens, estabelecendo-se uma ordem decrescente e o percentual de participação de cada local no total do item.
Determinação de marcas e tipos de produtos
Identificados os locais, passa-se à consideração das marcas, tipos de embalagem e peso consumidos (informações obtidas dos hábitos de consumo do conjunto amostral das famílias pesquisadas). Estabeleceram-se pesos relativos a: marcas, locais de compra, tipo de embalagem (peso), tipo de estabelecimento, etc., resultando na elaboração do questionário da pesquisa por produto, local, marca, tipo, etc.
Coleta de preços
Utilizando a informação anterior, é efetuada visita mensal aos locais pré-estabelecidos, sendo apontados os preços praticados. Os preços obtidos por produto, considerando a marca e o tipo, são processados, resultando na média ponderada do item. A somatória do preço dos itens resulta no valor da cesta mensal, já ponderada. (a título de exemplo, pode-se citar a banana, cujo valor é resultante das pesquisas de preço em supermercados, feiras, sacolões e quitandas). A comparação dos preços das cestas mensais permite a obtenção do índice de evolução mensal e acumulado em percentual. Os valores obtidos estão representados no quadro II, tendo como mês inicial janeiro de 2002 cuja cesta foi avaliada em R$114,36.
A cesta básica apurada no mês apresentou variação de 0,21%, índice ocasionado pela redução de preços de 5 itens, contra 7 que apresentaram aumentos e 1 que permaneceu estável. Conforme previsto no mês anterior, aumentos no valor da cesta eram previsíveis, mas contidos. Este comportamento da cesta reflete em parte a atual conjuntura da economia na qual a taxa de câmbio desfavorece as exportações e possibilita um maior direcionamento de produção para o mercado interno na busca de melhor rentabilidade dos produtores. Esta política também favorece as importações tornando-as mais baratas para o mercado interno, o que colabora na redução dos preços internos pela maior competição, ressalvando-se o pequeno efeito nos produtos da cesta básica que são em sua maioria oriundos do mercado interno.
Este cenário acaba por beneficiar os consumidores, ressalvando a possibilidade da ocorrência de efeitos climáticos e próprios da safra agrícola que podem estar beneficiando uma maior produção ou até gerarem imprevistos no cenário futuro.
Com esta variação, o índice acumulado no ano vai a 2,33%, ou seja, o aumento da cesta no ano é inferior ao índice de inflação medido pelo IPC NESE. No acumulado, a cesta básica de Santos teve evolução, desde sua criação, em 42,83%, o que equivale a uma inflação média de 1,12% am.
Devendo-se este aumento ao período de 2002 e 2003, quando aumentou mais do que a média da inflação, em 2004 ficou praticamente empatada com a inflação, evidenciando uma recuperação de preços das quedas sofridas no início do plano real.
No ano, os preços da cesta tiveram seu auge em maio, quando a mesma valeu R$ 170,73 voltando agora para R$ 163,34, que é um preço muito próximo do mês de fevereiro: R$ 162,95.
A projeção para a cesta básica nos próximos meses ainda é de pequena elevação nos preços, o que deve ser influenciado por recuperação de margem dos produtores, bem como ajuste nos preços do frete uma vez que aumentos no preço dos combustíveis já estão em vigor. Ressalvamos a possibilidade de queda no preço da carne face à queda no volume de exportações. No entanto não há risco de grandes aumentos por conta da demanda que está contida e só ocorrerá se as condições climáticas eventualmente produzirem uma quebra grande na safra.
A expectativa de comportamento dos preços para o futuro sempre irá depender de variáveis imponderáveis como condições climáticas, comportamento geral da economia e do comportamento do mercado externo. No entanto as projeções de uma inflação mais baixa para 2005 e a estabilidade no risco país nos levam a crer que haverá menor pressão inflacionária, mas sem dúvida, a redução da carga tributária poderá ser um diferencial importante, assim como foi em 2004 (especificamente nos alimentos básicos).
No acumulado, a cesta encerrou 2004 custando R$ 159,62 e está atualmente em R$ 163,34.