No último dia 19 de junho, a décima turma de alunos de Engenharia Eletrônica, de Telecomunicações, Telemática e de Computação da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) embarcou para a França.
Há dez anos, a UNISANTA participa do intercâmbio internacional em um dos mais importantes centros de pesquisa em microeletrônica do mundo: o AIME (Atelier Interuniversitaire Microelectronique) / INSA (Institut National des Sciences Appliquées) de Toulouse (foto), onde mais um grupo de estudantes desenvolverá circuitos integrados (chips) . A UNISANTA é a única universidade da América Latina credenciada no programa.
Desde 1995, mais de cem alunos já participaram do intercâmbio e, após o término do estágio, muitos foram selecionados para o programa de Iniciação Científica da Escola Politécnica da USP e depois para o mestrado nessa instituição.
Para participar, os alunos têm aulas teóricas, extracurriculares, durante cerca de seis meses, a cargo do professor Djalmir Correa Mendes, responsável da Universidade pelo projeto Toulouse. Segundo o professor Mendes, “essa é uma oportunidade única para os alunos de graduação se especializarem na fabricação de circuitos integrados, pois no Brasil, há curso semelhante apenas em pós-graduação.”
Cultura Geral – Para a reitora da UNISANTA, profª. drª. Sílvia Ângela Teixeira Penteado, o intercâmbio internacional possibilita, além do aprimoramento científico, o contato com a rica cultura européia. “A vivência com pesquisadores renomados internacionalmente aliada à cultura geral são os diferenciais que enriquecerão os currículos de nossos alunos, abrindo portas para ingresso no mestrado, doutorado e no mercado de trabalho”.
Sala Limpa – No AIME, os universitários aprendem a fazer circuitos integrados, contendo desde transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício de aproximadamente 0,3 milímetros. Todo o processo é desenvolvido num local livre de impurezas, denominado “sala limpa”, composta de três compartimentos. Para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho” que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a normal.
Luvas, sapatos, touca, avental e óculos especiais fazem parte do traje obrigatório usado na sala limpa. Até para falar é preciso tomar cuidado, pois qualquer partícula pode contaminar as placas, sempre manuseadas com pinças.
Fabricação – As placas de silício passam por vários processos, que vão desde a metalização, feita em fornos com temperatura variando entre 500 e 1000 ºC, até o teste final do circuito integrado. O grupo é, normalmente, dividido em duplas, sendo que cada aluno fabrica seu próprio circuito, posteriormente encapsulado e soldado aos terminais (pontos de contato dos componentes), através de fios de ouro e emendas em alumínio.
Esse processo é feito por meio de um equipamento de solda a vácuo. Cada placa fabricada armazena 256 chips, ou seja, dá origem ao mesmo número de circuitos. Ao final, a avaliação dos chips é feita por computadores.