De acordo com suas pesquisas, a ingestão diária de até quatro xícaras de café ajuda a proteger o organismo contra doenças como câncer, Alzheimer e Parkinson, entre outras. Já os óxidos de colesterol podem causar alterações no metabolismo e aumentar a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.

Professor do curso de Engenharia Química e do programa de Mestrado da Universidade Santa Cecília (Unisanta), o Dr. Silvio José Valadão Vicente publicou mais dois trabalhos em revistas científicas internacionais sobre suas pesquisas realizadas na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Óxidos de colesterol – O primeiro trabalho está relacionado às investigações desenvolvidas durante o seu mestrado e intitulado Oxidation of Cholesterol in Foods and Its Importance for Human Health (Oxidação de Colesterol em Alimentos e sua importância para a Saúde Humana). A pesquisa foi publicada na revista inglesa Food Reviews International e apresenta uma extensa revisão sobre os óxidos de colesterol, substâncias que podem ser facilmente formadas nos alimentos que contêm grandes quantidades de colesterol como gema de ovo, frutos do mar e coração de frango. Conforme estudos, essas substâncias são muito mais perigosas que o próprio colesterol, podendo aumentar as chances do desenvolvimento de doenças relacionadas ao sistema cardiovascular.

Por serem citotóxicos, os óxidos de colesterol podem afetar o funcionamento de diferentes tipos de células, causando alterações no metabolismo e propiciando as condições para a instalação de diversas doenças crônicas. Adicionalmente, como alguns deles apresentam propriedades carcinogênicas e mutagênicas, os mesmos já foram associados a diversos tipos de cânceres como de pele, intestino, seio e próstata. O resumo deste artigo pode ser acessado no link http://dx.doi.org/10.1080/87559129.2011.594972

Café – O segundo artigo, relacionado ao seu doutorado e intitulado Increase of the Activity of Phase II Antioxidant Enzymes in Rats after a Single Dose of Coffee (Aumento da atividade de enzimas antioxidantes Fase II em ratos após dose única de café), foi publicado na revista americana Journal of Agricultural and Food Chemistry. Neste artigo, o pesquisador investigou os efeitos da ingestão moderada de café utilizando ratos de laboratório. De acordo com a pesquisa, a ingestão diária de até quatro xícaras de café propicia ao organismo humano condições para aumentar a produção de enzimas antioxidantes hepáticas (moléculas produzidas pelo fígado) que têm a capacidade de neutralizar radicais livres associados a diversas doenças, como câncer, Alzheimer, esquizofrenia, Parkinson, asma, lúpus, diabetes e esclerose amiotrófica lateral, dentre outras. Em função desta resposta ao café, o organismo fica mais protegido contra as doenças citadas.

Este efeito pode ser observado após uma única dose de café, mas a intensidade do mesmo aumenta se a ingestão for repetida ao longo dos dias. Entretanto, foi verificado que a ingestão excessiva de café pode ser prejudicial às pessoas hipertensas, uma vez que a cafeína pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Para mulheres após a menopausa, a ingestão desta bebida pode acentuar a perda de cálcio pelo organismo, fato relacionado à osteoporose. Para estas pessoas, o recomendado seria a utilização de café descafeinado (sem cafeína) que apresenta praticamente os mesmos benefícios do café regular sem os pontos negativos citados. O resumo deste artigo está no link: http://dx.doi.org/10.1021/jf202390x