A saborosa e popular casquinha de siri, muito apreciada no litoral, está ameaçada pela pesca predatória. A causa: cerca de 83% do total de fêmeas de siris azuis vendidas nas peixarias da Ponta da Praia, de Santos, estão ovadas, o que significa um risco de redução de estoques em pouco tempo, a exemplo do que ocorreu com as sardinhas. O alerta consta de pesquisa de alunos do segundo ciclo de Ciências Biológicas da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), um dos destaques da III Jornada de Iniciação Científica e 1ª Mostra Santa, abertas nesta terça-feira (4) no pátio do Bloco E da Universidade, e que se prolongará até dia 18 deste mês, pela manhã e à noite.
Esse comprometimento dos estoques, que impede a reprodução dos siris, poderia ser facilmente evitado, explica o biólogo Orlando Couto Júnior, orientador da pesquisa. Em cada quilo de camarão capturado pela pesca de arrasto na barra de Santos, são pescados cinco quilos de outros organismos, incluindo siris. É fácil perceber quando o siri fêmea está prenhe: a massa de ovas na região ventral fica amarela, alaranjada ou escura, conforme o estágio da larva. Bastaria devolver o crustáceo fora. No trabalho, intitulado Levantamento de fêmeas de siris azuis, o índice de siris ovados foi de 82,9%, entre animais capturados em agosto e setembro.
Os estudantes Tatiana Cintra, Carolina Ubota, Aléxia Procópio e Vinicius Salgado analisaram os siris antes de serem vendidos na Rua do Peixe. O trabalho, iniciado em agosto, prosseguirá até agosto do ano que vem. Informações pelo telefone 3202-7100, ramal 7316.
Diversas áreas – Foram apresentados, neste ano, 11 trabalhos na área de Ciências Exatas, 31 em Biológicas, 34 em Engenharias, 70 em Saúde, 11 em Ciências Sociais, 41 em Ciências Humanas e 3 em Artes. O Curso de Gerontologia, participando pela primeira vez, apresentará 22 trabalhos multidisciplinares.
Das pesquisas, serão selecionadas trabalhos de três categorias (estudante, profissional e docente), para uma avaliação oral. A entrega dos prêmios prof. dr. MiltonTeixeira será dia 18/10, no Consistório.
Este ano a Jornada teve um crescimento de 40% de participação em relação ao ano passado. Há pesquisas que foram apresentadas em seminários internacionais por professores e ex-alunos. Na abertura, a Reitora da UNISANTA, Profª. Drª. Sílvia Teixeira Penteado, disse que a Universidade Santa Cecília está “alimentando a iniciação científica, com eventos como esse”. Os alunos participantes serão, com certeza, pesquisadores no futuro, incorporando o trabalho científico em suas rotinas, em atividades não apenas acadêmicas, mas que se atrelam à produção industrial.
A diretora-presidente da Universidade, Lúcia Maria Teixeira Furlani, elogiou a qualidade dos trabalhos e lembrou a necessidade dos pesquisadores respeitarem a natureza e os animais, fazendo o possível para melhorar o nosso planeta, em todas as áreas. Mencionou o prestígio de pesquisadores da UNISANTA, como os integrantes do EcoManage- Sistema de Gerenciamento Ecológico de Zonas Costeiras, que acabam de retornar de encontro realizado em Lisboa, com representantes de seis países. Do Brasil, participam apenas a USP e a Universidade Santa Cecília.
Além da III Jornada, a novidade é a 1ª Mostra Santa, que apresenta os trabalhos de extensão desenvolvidos na Universidade, voltados para a comunidade, como, por exemplo, a Clínica Odontológica.
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Ciência & Tecnologia Casquinha de siri é iguaria ameaçada pela captura irregular de fêmeas ovadas