Santos – Pela sétima vez, alunos de Engenharia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) fazem estágio no Institut Nacional des Sciences Appliquées (I.N.S.A) de Toulouse, na França. Eles embarcaram sexta-feira, dia 21, e permanecerão uma semana no Atelier Interuniversitário de Microeletrônica (AIME) do INSA, concluindo o curso com a construção de chips (circuitos integrados). O Brasil, por meio da UNISANTA, é o único país credenciado no INSA.
Uma das novidades desta edição é a possibilidade que os estudantes têm de acompanhar os estudos e o desenvolvimento de um chip utilizado na confecção de controladores e amplificadores, entre outros projetos. Para a maioria, esta foi a primeira oportunidade de viajar ao exterior e obter enriquecimento cultural e tecnológico.
O professor Djalmir Correa Mendes, que coordena a comitiva, menciona a performance sempre elogiada dos alunos da UNISANTA durante aquele estágio. “Atualmente, a Santa Cecília tem onze alunos fazendo iniciação científica na Escola Politécnica da USP, o que foi possível devido à experiência adquirida no estágio em Toulouse”.
Seleção – Desta vez, foram selecionados 15 alunos de um total de mais de 50 interessados. Os critérios de escolha levaram em consideração o tempo de curso e as notas. O grupo recebeu aulas especiais para um melhor aproveitamento do estágio.
Pela Engenharia Eletrônica participam: Lílian Thais Vagas Alflen; Danilo de Mendonça Sales; Luciano Rodrigues dos Santos e João Carlos Gonzaga de Jesus.
De Engenharia de Computação fazem parte: Rafael Grecco Machado; Robertha de Carvalho Pontes; Rodrigo Funchal Oliveira; Osvaldo Silvio Furlaneto Neto e Emerson de Oliveira.
Em Engenharia Elétrica: Carlos Alberto Signoretto; Jéferson Roque dos Santos e Joaquim Rodrigues Junior; em Engenharia de Telemática; Fábio Pereira da Silva e Adriano Carvalho Ferreira; e pela Engenharia de Telecomunicações, Victor César Coelho.
Sala Limpa – No I.N.S.A, os universitários aprendem a fazer circuitos integrados, contendo desde transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício de aproximadamente 0,3 milímetros. Todo o processo é desenvolvido, num local livre de impurezas, denominado “sala limpa”, composta de três compartimentos. Para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho” que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a normal.
Luvas, sapatos, touca, avental e óculos especiais fazem parte do traje obrigatório usado na sala limpa. Até para falar é preciso tomar cuidado, pois qualquer partícula pode contaminar as placas, sempre manuseadas com pinças.
No Brasil, explica o prof. Mendes, existem poucos laboratórios como esse, mas que não são utilizados especial e continuamente para a aprendizagem de alunos, e sim para pesquisas.
Fabricação – As placas de silício passam por vários processos, que vão desde a metalização, feita em fornos com temperatura variando entre 500 e 1000 ºC, até o teste final do circuito integrado. O grupo é, normalmente, dividido em duplas, sendo que cada aluno fabrica seu próprio circuito, posteriormente encapsulado e soldado aos terminais (pontos de contato dos componentes), através de fios de ouro e emendas em alumínio. Este processo é feito por meio de um equipamento de solda a vácuo. Cada placa fabricada armazena 256 chips, ou seja, dá origem ao mesmo número de circuitos.
Desempenho – A avaliação dos chips é feita por computadores. Após o exame efetuado por meio do micro-osciloscópio eletrônico, é calculado o desempenho dos estagiários, comparando-os com outros chips produzidos neste e nos anos anteriores.