A pesquisa de campo foi feita junto a alunos de um MBA da Universidade por alunos do curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Gestor de Pessoas, com o tema “Procrastinação no ambiente acadêmico: A percepção conceitual dos estudantes de Pós-Graduação Lato Sensu Presencial”. Entre os livros consultados, está “A Claridade da Noite, os alunos do ensino superior noturno”, de Lúcia Teixeira, presidente da Unisanta.
“A temática procrastinação vem impondo desafios tanto aos profissionais quanto aos estudantes. Nas empresas, o desafio se dá no papel das lideranças, pois a procrastinação leva a produzir menos, não atingir as metas impostas e também, pode comprometer a qualidade dos serviços prestados”.
Essa é uma das observações da pesquisa “Procrastinação no ambiente acadêmico: A percepção conceitual dos estudantes de Pós-Graduação Lato Sensu Presencial”, feita por alunos de Pós em Desenvolvimento de Gestor de Pessoas”, apresentada no sábado (9/11) durante o VIII Encontro Nacional de Pós-Graduação (ENPG), promovido pela Unisanta.
O estudo se propôs a analisar a percepção dos estudantes de Pós-Graduação Lato Sensu na modalidade presencial, sobre os aspectos conceituais da procrastinação no ambiente acadêmico e, também, identificar se os principais motivos desse ato recaíam sobre os compromissos profissionais ou pessoais.
Segundo a pesquisa, “os resultados sinalizaram que os estudantes estão alinhados na conceituação e que procrastinam no ambiente acadêmico, cujo principal motivo não são os compromissos sociais, mas sim, o cansaço físico e mental, decorrentes das atividades profissionais diárias. Sendo assim, recomenda-se atividades acadêmicas dinâmicas, atrativas, com interação entre os atores envolvidos, diferentes dos modelos convencionais. Estas ações, geram a expectativa de que o estudante encontre um motivo agradável de minimizar a procrastinação e seus efeitos”.
Os alunos observaram que o atraso desnecessário e irracional de uma tarefa ou mesmo tomada de decisão causa desconforto psicológico e emoções negativas. “Convém diferenciar que a procrastinação não tem o mesmo sentido de não fazer nada e também não é sinônimo de ócio, permitindo a reflexão de que procrastinar pode ser a opção por realizar outras atividades consideradas menos importantes no lugar da pretendida”.
Foi empregado um estudo exploratório, com o método da pesquisa de campo em alunos de um curso de MBA da Universidade. “Os resultados apontaram que a maioria dos respondentes percebe corretamente os conceitos de procrastinação e admitem ter autocontrole para voltar ao foco de suas atividades profissionais, sociais ou acadêmicas”.
Cansaço físico e mental
Os que responderam à pesquisa afirmaram que listam suas tarefas de atividades e que centralizam as anotações num só lugar. “Esse resultado é congruente com os dados da pesquisa realizada por Fabiana Rossi, quanto ao ato de centralizar os lembretes num mesmo lugar”.
Os alunos pesquisados revelaram conhecer o conceito de procrastinação. Concluíram que o cansaço físico e mental ocasionado pelas atividades profissionais é o fator preponderante para deixar para depois tarefas relacionadas à vida acadêmica. “Esse motivo principal é coerente com as recomendações de Lúcia [13] que sugere um olhar diferenciado dos docentes aos profissionais-estudantes, haja vista o esforço dedicado para conciliar trabalho e estudo”.
Participaram da pesquisa os alunos: Elaine Fernandes, Reginaldo Abreu, Gilberto Ferreira, Rodrigo Reis Sessa e Josi de Freitas Sá.
Estudo relevante
Foram pesquisados 30 alunos dos cursos noturnos da Unisanta. O avaliador da pesquisa, Prof. Dr. Bruno Ferrette, afirmou que o estudo é “extremamente relevante”, por mostrar a realidade dos alunos dos cursos noturnos, que necessitam de aulas mais dinâmicas e compreensão dos professores, pois sentem mais dificuldade em fazer seus trabalhos escolares, devido ao tempo mais escasso.
Em alguns países as pesquisa sobre o tema são recentes, com prevalência relativamente alta, mas no Brasil, os estudos ainda são escassos. A orientadora do trabalho apresentado no ENPG, a prof.a dra. Maria Cristina Pereira Matos. explicou que, no Brasil, os estudos a respeito contemplam mais o ensino fundamental e o ensino médio, procurando entender o conceito de evasão escolar.