Durante três semanas, até 9 de julho, mais um grupo formado por 12 alunos da Faculdade de Engenharia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), além de dois professores, participaram do curso de microeletrônica no Institut Nacional des Sciences Appliquées (I.N.S.A) de Toulouse, na França, um dos mais renomados centros de pesquisa em microeletrônica do mundo. Eles fabricaram circuitos integrados no Atelier Interuniversitário de Microeletrônica.
Essa foi a nona turma enviada à Europa. A UNISANTA é a única universidade da América Latina credenciada no I.N.S.A para a realização desse intercâmbio internacional. Para participar, os alunos têm aulas teóricas, extracurriculares, durante cerca de seis meses, a cargo do professor Djalmir Correa Mendes, responsável da Universidade pelo projeto Toulouse.
Grupo que irá à França; a reitora, Sílvia Teixeira Penteado; os diretores da Faculdade de Engenharia, Antonio de Salles Penteado e Aureo Pasqualeto Figueiredo.
Dos 110 estudantes que viajaram para França, desde 1995, muitos foram selecionados para o programa de Iniciação Científica da Escola Politécnica da USP e depois para o mestrado nessa instituição.
Segundo o professor Mendes, “essa é uma oportunidade única para os alunos de graduação se especializarem na fabricação de circuitos integrados, pois no Brasil, há curso semelhante apenas em pós-graduação.”
Participam os estudantes Gustavo Almeida dos Santos, Gustavo Grolla, Luis Domingos Medaglia, Marcel Massa, Marcelo Santana Sales, Raquel Souza Costa, Wilson dos Santos, Anselmo Santos, Daniel Kobashigawa, Daniel Paulino, Fábio dos Santos e Frederico Lobo Neto, dos cursos de Engenharia Eletrônica, de Telecomunicações, Telemática e de Computação, além do professor Gustavo Gentile Mendes.
Cultura Geral – Para a reitora da UNISANTA, profª. drª. Sílvia Ângela Teixeira Penteado, o intercâmbio internacional possibilita, além do aprimoramento científico, o contato com a rica cultura européia. “A vivência com pesquisadores renomados internacionalmente aliada à cultura geral são os diferenciais que enriquecerão os currículos de nossos alunos, abrindo portas para ingresso no mestrado, doutorado e no mercado de trabalho”.
Sala Limpa – No I.N.S.A, os universitários aprendem a fazer circuitos integrados, contendo desde transistores a portas lógicas, a partir de uma placa de silício de aproximadamente 0,3 milímetros. Todo o processo é desenvolvido num local livre de impurezas, denominado “sala limpa”, composta de três compartimentos. Para impedir a entrada de qualquer “corpo estranho” que possa danificar os equipamentos de alta precisão, o ambiente é submetido a uma pressão um pouco mais elevada do que a normal.
Luvas, sapatos, touca, avental e óculos especiais fazem parte do traje obrigatório usado na sala limpa. Até para falar é preciso tomar cuidado, pois qualquer partícula pode contaminar as placas, sempre manuseadas com pinças.
Fabricação – As placas de silício passam por vários processos, que vão desde a metalização, feita em fornos com temperatura variando entre 500 e 1000 ºC, até o teste final do circuito integrado. O grupo é, normalmente, dividido em duplas, sendo que cada aluno fabrica seu próprio circuito, posteriormente encapsulado e soldado aos terminais (pontos de contato dos componentes), através de fios de ouro e emendas em alumínio.
Esse processo é feito por meio de um equipamento de solda a vácuo. Cada placa fabricada armazena 256 chips, ou seja, dá origem ao mesmo número de circuitos. Ao final, a avaliação dos chips é feita por computadores.