O dr. Branko Glamusina proferiu palestra aos mestrandos da Unisanta e participa da coleta de larvas no litoral brasileiro, com os pesquisadores da Universidade. Nesta quinta-feira, ele estará em Ilhabela com a dra. Alpina Begossi, da Unisanta, responsável pelo Projeto FAPESP sobre garoupas.
As perpectivas da garoupa na aquicultura foi um dos assuntos abordados pelo prof. dr. Branko Glamuzina, da Universidade de Dubrovnik, da Croácia, em aula especial proferida aos alunos dos Mestrados de Ecologia e Auditoria Ambiental da Universidade Santa Cecília (Unisanta), na manhã desta quarta-feira (22/2).
Glamuzina está integrado ao trabalho desenvolvido na Unisanta por meio do Projeto Temático FAPESP “Pescadores & Garoupas [Epinephelus marginatus]: ecologia, etnoecologia e segurança alimentar na costa brasileira”, de responsabilidade da profª drª. da Unisanta, Alpina Begossi, aprovado em 2016, com vigência até 2020.
O visitante e a doutora Begossi coletaram larvas de peixes em Copacabana, de 14 a 19 deste mês. Nesta quarta-feira, após a palestra aos mestrandos, a equipe examinou as larvas em um dos laboratórios da Unisanta, para triagem das espécies. De dimensões minúsculas, as larvas da garoupa não podem ser vistas a olho nu. Nesta quinta-feira, os pesquisadores farão coletas em Ilhabela.
O Projeto Temático Fapesp Pescadores $ Garoupas está em fase de coleta de dados no litoral brasileiro, o que já foi feito na Bahia, no Rio e em Santos. Após Ilhabela, a coleta será feita em Florianópolis, em março.
As garoupas alcançam altos preços nos mercados mundiais. Vivem em corais de recifes, algumas vezes em estuários e subáreas rochosas tropicais e subtropicais. São peixes com desenvolvimento lento, mas podem atingir 1 metro de comprimento e até 100 quilos. Vivem em grupos constituídos de um macho alfa e várias fêmeas. São hermafroditas. Inicialmente todos nascem fêmeas e quando atingem de 10 a 12 quilos transformam-se em machos. Entre seus predadores estão crustáceos e cefalópodes.
Importância econômica
A aquicultura oferece oportunidade de trabalho para 58 milhões de pessoas, ou seja, 0,9% da população mundial, explicou Glamusina. A comercialização global do produto atingiu 129,8 bilhões de dólares em 2011. A China é a maior produtora de peixes cultivados, seguida da Indonésia, da Índia, do Vietnã do Norte, das Filipinas, da Coreia, Bangladesh, Tailândia e Japão. O mundo produziu 158 milhões de toneladas de peixe em 2012.
Na America Latina, o Brasil é o segundo maior produtor (600 mil toneladas em 2014) e o Chile é o primeiro. Das 600 mil toneladas produzidas no Brasil, 486 mil ton. foram de peixes de aquicultura de água doce, 90 mil. ton foram de camarões de água salgada, 20 mil de mexilhões e 4 mil ton. de espécies como ostras, camarões de água doce, peixes e algas.
Segurança alimentar
O Projeto Temático da FAPES sobre garoupas faz parte do programa do Instituto para Pesca, Diversidade e Segurança Alimentar – FIFO- Fisheries and Food Institute – do Programa de Pós-Graduação de Ecologia Marinha da Unisanta – PPG-ECOMAR. No Brasil, o FIFO é sediado na Santa Cecília.
Além da dra. Begossi, participam do Projeto Temático da FAPESP os doutores PPG-ECOMAR, Milena Ramires, Mariana Clauzet, Regina Priolli e Walter Barrella.