O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para a cidade de Santos, no mês de setembro, apresentou deflação de -0,49%, a primeira deflação do ano e que reflete o mau momento da economia uma vez que as quedas de preço estão ocorrendo pela desaceleração do consumo, o que certamente irá refletir na empregabilidade caso não haja recuperação no curto prazo. A informação é do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos da Universidade Santa Cecília – Nese/Unisanta.
Em termos de acumulado no ano a inflação atinge a 3,17% e em doze meses atinge 5,08%, ou seja, situando-se abaixo dos 6% inicialmente previstos. O temor pela aceleração da inflação, a paridade cambial e a falta de confiança do investidor na condução da politica econômica que tem sido intervencionista, estão freando os investimentos e consequentemente inibindo a oferta.
Como consequência vem a redução do nível de confiança no emprego fazendo o consumidor poupar mais e retirar do consumo parcela significativa de recursos, redundando em menor demanda efetiva.
De forma específica, é feita a seguir análise detalhada por grupo, das principais variações apuradas:
– Grupo Habitação: Foi apurada inflação de 0,01%, ou seja praticamente estável. Os materiais de limpeza apresentaram até elevação de 2,36% mas foram compensados por quedas em outros itens como exemplo os equipamentos do domicilio que tiveram deflação de -0,67%. O grupo teve elevação de 3,51% no ano.
– Grupo Alimentação: Apresentou inflação de 0,40%, pela majoração de preço de vários itens entre eles: derivados de leite 2,18%, leites 0,86%, cereais 0,48%, carnes suínas 2,8%. No acumulado do ano, o grupo atingiu inflação de 3,24% e a alimentação fora do
domicilio subiu 5,99%.
– Grupo Transportes: Constatou-se deflação de -1,53% no grupo, tendo por motivação principal a queda de preço dos veículos em -1,1%, itens de manutenção de veículos também apresentaram redução de preço da ordem de -2,39%.
– Grupo Despesas Pessoais: Houve deflação de -1,16% verificando-se quedas nos preços de: refrigerantes -3,36%, flores e plantas -6,8%, recreação e cultura -3,0% (devido a viagens).
– Grupo Saúde: Foi apurada pequena inflação de 0,15% decorrente do aumento no preço médio dos remédios em 0,54%, tendo alguns outros itens redução de preço compensando parcialmente o efeito do reajuste dos remédios.
– Grupo Vestuário: Também apresentou forte deflação da ordem de -1,86% influenciado pela redução significativa do preço de roupas de criança em -9,77% e -03% nas roupas de homem. O calçados e acessórios de vestuário apresentaram queda média de 2,94%. Em termos de acumulado no ano, este grupo já atingiu 1,93% de inflação.
– Grupo Educação: Apurada deflação de -0,11%, decorrente do aumento do preço de material escolar em 2,92% e estabilidade nos demais itens do grupo.
O IPC – NESE/Unisanta tem por referência o consumo familiar para famílias com renda até 40 salários mínimos.
Responsável técnico: Economista Prof. Jorge Manuel de Souza Ferreira