A docente Dorotea Vilanova Garcia desafiou os alunos a produzir e administrar, com o auxílio de softwares e hardwares, uma horta hidropônica, em que não há a necessidade de terra para seu cultivo, mas sim, nutrientes líquidos
Os alunos do 5º semestre de Engenharia da Computação da Universidade Santa Cecília (Unisanta) tiveram cerca de um mês para criar e desenvolver uma cultura hidropônica, ou horta hidropônica – plantas que são cultivadas fora do solo, apenas com o auxílio de nutrientes líquidos, canos e eletrônicos. O projeto marcou o encerramento da disciplina de Sistema em Tempo Real do curso.
“Esse projeto encerra a disciplina que tem por finalidade administrar em tempo real uma cultura hidropônica, e, para ter esse controle, é necessário que haja componentes eletrônicos na área de sensores e monitoramento que irão promover sinais de luminosidade, temperatura e vazão”, comenta Dorotea Vilanova Garcia, docente da disciplina.
Para o desenvolvimento do projeto, a docente dividiu a sala em quatro grupos de alunos. Cada grupo, composto por quatro alunos, tinha que seguir certos requisitos para colocar em funcionamento a cultura. Segundo Dorotea, os principais requisitos eram o controle de temperatura, de luminosidade, de vazão da água, do nutriente e o consumo de cada cultura.
As informações retiradas em tempo real da horta eram migradas para softwares e hardwares instalados no computador para que o aluno tivesse mais controle sobre o projeto. “Para que a gente pudesse ter uma gestão efetiva, as informações são armazenadas e podem ser reconfiguradas”.
No computador, o aluno pode criar configurações básicas para cada cultura ou, através do programa, interferir no monitoramento dos sensores, aumentando ou diminuindo a intensidade deles para cada função. Vinicius Ferreira Brito, integrante da equipe nº2, explica que em seu projeto os programas utilizados são o Arduino e o C Sharp. “O primeiro é responsável pelo acionamento das válvulas e sensores, integrado com o C Sharp, que é responsável pela parte visual que aparece no monitor, a interface do aplicativo”. Os programas aplicados verificavam as válvulas de entrada e saída, a bomba responsável por jogar água, o sensor de temperatura, seu controle, e alteravam seu nível, quando necessário, além de controlar a luminosidade.
Para o acadêmico Rodrigo Pinto Patrício, da equipe 4, a parte que deu mais trabalho foi a eletrônica, porque não conheciam alguns dos componentes elétricos utilizados, então tinham que fazer testes até achar um compatível com seu projeto. “Nós tínhamos alguns requisitos que tinham que ser cumpridos, como a troca de água, válvulas de controle, luz, tudo para uma horta feita em lugar fechado. Nós compramos a maioria das peças pela internet, algumas poucas a gente já tinha, então foram i muitos testes com componentes eletrônicos para ver como funcionavam, usamos componentes eletrônicos que nunca havíamos usado, mas sabíamos que existiam. Nós pesquisamos como funcionava o componente e deu tudo certo”.
A avaliação
Três professores da FATEC Rubens Lara foram convidados pela docente Dorotea, para auxiliá-la na avaliação dos projetos finais. Para Rosana Cammarosano, coordenadora do curso de Sistemas pela Internet da instituição, os projetos realizados em um mês foram feitos com dedicação e abordaram pontos importantes. “Eles utilizaram a tecnologia com a sustentabilidade, ainda mais hoje em dia, em que os espaços estão cada vez menores, então eu acho que é uma inovação, gostei demais dos trabalhos, muito bons mesmo, uma grande contribuição para a área acadêmica”.
Para o docente Valdir Pedro Tobias, coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, os acadêmicos conseguiram atender a todos os requisitos impostos pela professora para o desenvolvimento do projeto. “Nós, professores estamos bem satisfeitos, os trabalhos foram realizados com bastante empenho, em um espaço até curto de tempo, os produtos estão perfeitamente adequados ao escopo do trabalho”.
Segundo o professor José Augusto Theodosio Pazetti, mais conhecido como professor Pazetti, os acadêmicos conseguiram realizar um projeto prático que une conceito técnico, da parte acadêmica, a parte prática, ao produto. “Os trabalhos que a gente analisou, nós vimos essa transformação, em que colocaram o conceito técnico em algo bem viável”.
Para ele, o projeto pode ser analisado por várias vertentes, entre elas a acessibilidade e a sustentabilidade. “Quando eu olhei o software, ele é bem amigável, e a parte do reaproveitamento da água, a irrigação das culturas, achei excelentes, pela parte da sustentabilidade”.
E ainda complementa que os trabalhos apresentados podem ser colocados no cotidiano das pessoas. “A ideia é bem pragmática, podemos tirar daqui e colocar para funcionar, se alguém tiver uma horta e quiser uma extensão, por exemplo, uma horta comunitária, pode simplesmente pegar esse projeto e implementar”, finaliza.