Fisioterapia

No mês de agosto, teve início um projeto de extensão da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília – Unisanta, que visa propor um espaço de apoio matricial (suporte) aos fisioterapeutas que atuam na rede de atenção à saúde do SUS dos municípios da Baixada Santista, para o enfrentamento da COVID-19, especialmente nos cuidados dos pacientes com síndrome pós-terapia intensiva. O projeto de extensão propõe cinco encontros entre os fisioterapeutas, de maneira remota (on-line) durante o 2º semestre de 2020, supervisionados pelos docentes e coordenadores e acompanhados pelos estudantes do curso da Unisanta.

A iniciativa, que foi proposta pelos docentes Sheila Borges, Ivan Vivas, Maria Claudia Passos, Laura Taguchi e José Luiz Portolez, da Faculdade de Fisioterapia da Unisanta, foi apresentada às secretarias de saúde dos municípios da Baixada Santista, que demonstraram interesse e orientaram os fisioterapeutas da rede e a se inscrever no projeto, caso quisessem participar da atividade.

Vinte e dois fisioterapeutas que atuam na atenção básica (Núcleo Ampliado da Saúde da Família), centros de reabilitação, atendimento domiciliar, centros de atendimento para pessoas com COVID-19 (Unidade de Pronto Atendimento) de Cubatão, Peruíbe, Praia Grande, Itanhaém, Guarujá e Santos já participam do projeto que conta com uma reunião por mês.

O apoio matricial, também chamado de matriciamento, é um novo modo de produzir saúde por meio de diálogo entre uma ou mais equipes de saúde, que, em um processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. Ou seja, por meio de reuniões entre essas equipes e/ou em atuação conjunta, há um apoio profissional por meio de troca de informações e experiências, com o objetivo de melhorar a assistência aos pacientes de um determinado centro de saúde, que a princípio seriam encaminhados para outros serviços, por não ser possível atender adequadamente casos mais complexos naquela unidade.

Essa proposta, formulada por Gastão Wagner Campos (1999) e incorporada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em nosso país, se faz útil nos tempos de pandemia em que estamos vivendo, com a necessidade de replanejamento das ações em saúde, considerando a realidade do aumento da demanda por atenção em algumas áreas, entre elas a fisioterapia e cuidados com idosos.

A Universidade, além de facilitar o diálogo entre fisioterapeutas da rede, também proporciona um ambiente de aprendizado aos estudantes (das disciplinas de fisioterapia na atenção básica, estágio de ortopedia, fisioterapia hospitalar e em unidade de terapia intensiva) sobre ações de saúde coletiva e troca informações que compõe o diálogo e a discussão dos aspectos teóricos e práticos deste momento pandêmico.

O coordenador da Faculdade de Fisioterapia da Unisanta, José Luiz Portolez, comentou a relevância de um projeto universitário como esse. “Assim, esperamos ampliar o olhar sobre o cuidado ao paciente que precisa da assistência em fisioterapia e a compreensão da rede dos serviços de saúde para os estudantes da Unisanta. Além disso, mostrar a importância do sistema único de saúde (SUS) para a população e a necessidade de um aprendizado constante, com troca de informações entre fisioterapeutas”.

Ivan Vivas, docente de Fisioterapia, também deu o seu parecer sobre o projeto: “Estamos vivendo uma pandemia de um novo vírus, a troca de informações durante o matriciamento é muito importante para conhecermos melhor as sequelas deixadas pela infecção e as melhores condutas para cada caso. A presença do estudante de fisioterapia como ouvinte faz com que ele conheça melhor sobre a COVID-19 e suas sequelas, fazendo com que ele esteja à frente no tratamento desses pacientes”, comentou o professor da Unisanta.

Uma das fisioterapeutas participantes do projeto, Patrícia Villa Fernandes, destacou a novidade de tal iniciativa. “O projeto de apoio matricial traz uma nova oportunidade para a região, fornecendo suporte para as equipes de fisioterapia da Rede do SUS da Baixada Santista, mediante este novo desafio que são as possíveis sequelas da Covid-19, e a possibilidade da troca de experiências entre os municípios e os professores da Unisanta”, afirmou a profissional, que atua no Ambulatório de Fonoaudiologia Fisioterapia e Terapia Ocupacional do município de Peruíbe.

Por fim, a Profª Sheila Borges, docente de Fisioterapia e uma das organizadoras do evento, fez o balanço do projeto. “Esse momento de troca de informações e compartilhamento de experiências proporciona uma maior capacitação a todos. Na minha opinião, o que torna estes encontros ainda mais significativos é a possibilidade de aprendizado entre pares, ou seja, valorizando o saber não apenas de profissionais da universidade, mas especialmente por dar visibilidade ao conhecimento e aos trabalhos inovadores e criativos dos fisioterapeutas, que são trabalhadores do SUS. Assim, aproximamos universidade-serviço-comunidade e estreitamos laços entre os fisioterapeutas do SUS da nossa região, formando uma grande rede de apoio profissional, na perspectiva de uma formação em saúde com qualidade e um melhor atendimento à população”, comentou Sheila.