A falta de engenheiros no mercado de trabalho em esfera nacional, conforme declarações recentes dos Conselhos Federal e Regional de Engenharia, da indústria automobilística, Sindicato da Indústria da Construção Civile outros setores, tem sido uma realidade vivenciada pelo Departamento Universidade-Empresa e Estágio da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos (SP).
O número de solicitações de empresas da Capital, Região do ABCD e Baixada Santista à procura de recém-formados e alunos dos últimos anosdas diversas áreas de Engenharia (civil, elétrica, eletrônica, de computação, mecânica e química) da Unisanta aumentou cerca de 40% em relação ao ano de 2006, com base em dados levantados até o final de novembro passado.
Em 2006, a Unisanta recebeu 462 pedidos das empresas. Neste ano, até o momento, foram feitas 638 solicitações à procura de estagiários e trainees.

Apagão de engenheiros – Desde o milagre econômico, na década de 70, a profissão de engenheiro nunca esteve tão em alta. Tal fato se deve aos crescentes investimentos em infra-estrutura, ampliação de grandes empresas, do setor imobiliário e às descobertas de gás natural e petróleo.
Entidades da categoria como o Conselho Federal deEngenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) estão preocupadas e falam até em apagão de engenheiros. “A falta de engenheiros será o grande gargalo para o desenvolvimento brasileiro a curto prazo se for sustentado o crescimento anual de 5%, afirmou o presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo,em recente entrevista à imprensa local.
A mesma opinião tem a direção do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon–SP). O presidente, Antônio de Souza Ramalho, revelou: “São Paulo precisa de mais de 20 mil engenheiros e o Brasil, de mais de 55 mil”. Ramalho acrescenta que “está faltando pessoal de todos os níveis, mas principalmente profissional qualificado, como engenheiros”.
Matéria publicada na Revista Você S/A, edição de outubro, revela que a indústria automobilística também enfrenta a falta de pessoal, embora tenha feito inúmeras contratações este ano. A GM, por exemplo, contratou 300 engenheiros em 2006 e mais 150 este ano. Ainda assim, precisa de outros 50. A Fiat recrutou 150 engenheiros e designers desde janeiro. De acordo com a matéria, por causa da disputa com a concorrência, a GM e seus concorrentes têm elevado entre 15% a 20% os salários de engenheiros e designers este ano.

Crescente demanda- De acordo com o diretor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UNISANTA, engenheiro Aureo Pasqualeto Figueiredo, houve um aumento na procura pelos cursos de graduação e pós-graduação na área de Engenharia para 2008. Aqueles que estão saindo da Universidade agora já sentem os reflexos do aquecimento do setor. “Só na UNISANTA, encontramos a maioria dos alunos já empregados na área”.
Figueiredo afirma que a procura pela área tecnológica aumentou com as recentes descobertas de petróleo e gás na região. “A UNISANTA vem sendo procurada por empresas da Baixada Santista e de outros estados, como Rio de Janeiro e Bahia, para treinamento, atualização e especialização em seus laboratórios”.

Entre os cursos de Pós-Graduação oferecidos na área para 2008 estão: Engenharia de Petróleo e Gás Natural; Engenharia de Produção; Engenharia de Segurança do Trabalho; e Sistemas Elétricos de Potência.