Jehanne Teixeira e Marcelle Freitas ficaram em 2º na Categoria D – Viga de Fibras Naturais, utilizando fibra de cana de açúcar, resina epóxi e isopor, na confecção de uma barra que suportou um esforço de 2,7 toneladas.
A Universidade Santa Cecília (Unisanta) fez bonito na II Semana de Composites Avançados promovida pela Sociedade para o Avanço de Materiais de Engenharia de Processos – SAMPE Brasil.
Por meio das acadêmicas de Engenharia Mecânica Jehanne Teixeira e Marcelle Freitas, orientadas pelo Prof. Dr. José Carlos Morilla, elas ficaram em segundo lugar na categoria de Fibras Naturais, ao confeccionarem uma barra que suportou um esforço de 2,7 toneladas (26,5kN). Os materiais escolhidos para confeccionar a barra foram a fibra de cana de açúcar, resina epóxi e o EPS (isopor).
O Desafio Acadêmico, promovido na II Semana de Composites Avançados SAMPE, foi realizado de 2 a 6 de outubro no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e no Centro de Eventos do Parque Tecnológico Eugênio de Melo, em São José dos Campos. Estiveram presentes mais de 120 alunos em 22 equipes inscritas, de faculdades públicas e particulares do País.
O objetivo do evento é conferir as mais avançadas tecnologias disponíveis no mercado para a fabricação de peças em composites avançados. (Material composite normalmente é composto de pelo menos dois elementos que trabalham para produzir novas propriedades de materiais agregados, que são diferentes das propriedades originais individuais).
Participaram da banca os engenheiros Gabriel Aieres, Rodolfo Meleiro (Tecsis), Juliana Mota (Alltec), Estácio Terui (Tey), Claudo Stek (Owens Corning) e Felipe Berra (Intermarine).
Processo – A fibra de cana de açúcar foi escolhida para que fosse possível o uso de um elemento natural, que seria descartado sem que fosse dada a ele a oportunidade de aproveitamento em reciclagem, como elemento estrutural de uma viga. Esse tipo de material orgânico normalmente é descartado, sem destinação certa, explica o prof. dr. José Carlos Morilla.
Para obtenção da fibra, o bagaço da cana de açúcar foi desidratado e escovado e, assim, foram obtidas tiras longas. O EPS (isopor) que, no caso dessa competição, foi obtido de material a ser reciclado, foi cortado de tal maneira que sua configuração final ficou na forma de um tubo quadrado. Sobre o EPS foi depositada uma camada de fibras de cana, que foi selada por meio de resina epóxi. A resina foi doada pela empresa Huntsman Advanced Materials, que atuou como parceira da Unisanta na competição.
Em todo o processo de manufatura das barras foram utilizados os laboratórios de Engenharia da Unisanta. Colaboraram os técnicos Irineu da Penha Ressureição, Sérgio Giangiulio e Wilson Roberto.
Desafio internacional – O Desafio, conhecido mundialmente como Student Bridge Contest, proporciona uma experiência real de projeto de uma estrutura de material composto para alunos de universidades e de instituições de ensino de cursos relacionados à área de Tecnologia de Materiais, segundo os organizadores.
O evento teve como principal patrocinador o Grupo Barracuda e contou com a colaboração dos pesquisadores José Everardo Baldo Junior (LEL), Hugo Borelli Resende (IPT) e dos engenheiros José Carlos Santiago e Lucas Chaves da Marine Composites, para avaliação dos projetos.
O Desafio Acadêmico Internacional SAMPE – Brasil foi criado em 2014 com a intenção de estimular o uso de materiais compósitos na vida dos brasileiros. Trata-se de uma competição destinada a alunos de cursos superiores e tem se mostrado um interessante e importante elo entre as universidades de todo o Brasil e o uso de novos materiais.