Uma obra que permaneceu inédita durante 75 anos, o Caderno de Croquis de Pagu, de Patrícia Galvão, de 1929, chega ao público no próximo dia 22/4, às 19h30. Nesse dia, na Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Rua Cesário Mota, 8, Boqueirão, Santos, os desenhos de Pagu poderão ser vistos em dois eventos: o lançamento do livro Croquis de Pagu e Outros Momentos Felizes que Foram Devorados Reunidos, com textos e organização de Lúcia Maria Teixeira Furlani, e uma exposição que permanecerá aberta ao público até dia 29 de abril.
Geraldo Galvão Ferraz e Rudá de Andrade, filhos de Pagu, participam das duas atividades. Ferraz escreveu o prefácio do livro. A realização da exposição é de Lúcia, com produção de Rudá e curadoria de Leda Rita Cintra Ferraz. Em São Paulo, o livro será lançado dia 4 de maio próximo, às 19h30, no Museu de Imagem e do Som (MIS), na Avenida Europa, 158, onde a mesma exposição permanecerá aberta até dia 30 de maio.
Livro – Com 128 páginas, editado pela UNISANTA e Cortez, o livro apresenta a produção de estréia de Pagu como desenhista, aos 19 anos. Trata-se, conforme Lúcia Maria Teixeira Furlani, de um “trabalho desenvolvido em plena efervescência antropofágica”. Da mesma época, são os demais desenhos a serem expostos, que pertencem ao Álbum de Pagu – Nascimento, Vida, Paixão e Morte.
As duas produções são do período em que Patrícia Galvão emerge no Modernismo, sob a tutela de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, a quem ela dedicou seu Álbum. Serão mostradas também fotos da então jovem autora que, se não pretendem retratá-la por inteiro, revelam alguns dos seus mais importantes momentos de vida”, explica Lúcia Maria Teixeira Furlani. Duas delas, inclusive, trazem legendas de Pagu, “que provam seu espírito de aventura, coragem, perseverança e paixão, muita paixão”.
A escritora acrescenta que entremeou os desenhos com amplo material de pesquisa, que inclui jornais, de 1931 a 1961. Para a pesquisadora, Pagu, “mesmo sem ter desenvolvido uma carreira artística, foi uma personalidade rara, rebelde e inovadora na vida, na arte, na política e na cultura, atuando também como precursora, mulher inovadora que foi”.
Lúcia Teixeira Faurlani é autora do livro (em quinta edição) e do videodocumentário homônimos Pagu, Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo, obras que têm sido objeto de pesquisas em universidades no exterior e no País. Esses trabalhos também estão servindo de pesquisa para a minissérie da TV Globo Um Só coração e para a atriz e diretora da peça Pagu Que, a qual estreou neste mês, na Capital.
Dirigido por Rudá de Andrade e Marcelo Tassara, o documentário Pagu foi premiado na 28ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia. Doutora em Psicologia da Educação e diretora-presidente da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Lúcia Maria Teixeira Furlani é ainda autora dos livros Claridade da Noite – O Ensino Superior Noturno e Fruto Proibido – Um Olhar sobre a Mulher.